14 de novembro, Dia Nacional da Alfabetização, dia de refletir: ainda há muito o que fazer

Roberta Manreza Publicado em 14/11/2016, às 00h00 - Atualizado às 23h47

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14 de novembro de 2016


Por Roberta Manreza,

Os desafios são inúmeros. 13 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais ainda não sabem ler

O Brasil reduziu em 4,3 pontos percentuais o número de analfabetos de 2001 a 2014. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais foi estimada em 8,3%, o que significa, de acordo com o IBGE, 2,5 milhões de pessoas analfabetas a menos, em relação a 2001. Porém, isso não é o bastante. O analfabetismo continua a ser sinônimo de exclusão e pobreza. O país precisa reverter essa situação.

Um desses desafios é levar de volta à sala de aula jovens e adultos. O Papo de Mãe conversou com mães que não tiveram oportunidade de estudar ou que tiveram que abandonar os estudos ainda na infância, mas voltaram à escola depois de adultas para concluir os estudos. São exemplos que mostram como nunca é tarde para começar uma coisa na vida.

Dona Helena (58) por exemplo, só teve oportunidade de se alfabetizar aos 45 anos. Mãe de 3 filhas e 1 neta, ela conta que trabalhava em casa de família e passava madrugadas inteiras estudando. Apesar de toda a dificuldade, conseguiu completar o supletivo, entrar na universidade e realizar o sonho de tornar-se psicóloga.

Dona Hilda (51), mãe de 2 filhos, ainda é analfabeta, mas começou o Módulo 1 do EJA há pouco mais de um mês e já comemora ter aprendido algumas letras. Ela conta que nunca frequentou a escola e que começou a trabalhar muito cedo como empregada doméstica. Seu grande sonho hoje é conseguir ler uma placa de rua, o letreiro do ônibus e o rótulo dos produtos de supermercado.

Dona Enedina (65) tem 1 filho e diz que sempre teve problema com as letras, tanto que repetiu o 1º ano do Fundamental sete vezes. Por duas vezes, ela começou a fazer MOBRAL, mas só aprendeu a escrever o próprio nome. Como sempre trabalhou como doméstica ou diarista, não teve mais chance de voltar à escola. A oportunidade só surgiu em 2011, aos 61 anos de idade, quando conheceu o EJA (Educação para Jovens Adultos). Hoje, ela já cursa o Módulo 3, e seu grande sonho é concluir o Ensino Médio para ter um diploma.

Participam também do papo os especialistas: Êda Luiz, coordenadora geral do CIEJA do Campo Limpo – Centro Integrado de Educação de Jovens Adultos; Adriana Aparecida de Oliveira, diretora do Centro de Educação de Jovens Adultos – CEEJA; Rosane Rodrigues, psicodramatista; e Rosa Ponte Martins, gerente de projetos da ONG ALFASOL – Alfabetização Solidária.

Na reportagem de Fernanda de Luca, vamos conhecer a história da dona Maria, que se formou no ensino médio somente depois de adulta e hoje, aos 63 anos, está na faculdade cursando Pedagogia.

A repórter Letícia Bragaglia entrevistou pessoas com histórias parecidas pelas ruas de São Paulo. E tem ainda a história de uma avó de Curitiba/PR, que voltou à escola para ajudar o neto.

Assista ao Papo de Mãe sobre mães na escola.

E veja também o Papo de Mãe sobre alfabetização.




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