8 mitos sobre a gripe que os pais devem parar de acreditar

Gripe não é resfriado. São duas doenças diferentes. A gripe mata mais pessoas nos Estados Unidos, todos os anos, do que o vírus Ebola matou na história do mundo.

Roberta Manreza Publicado em 03/04/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h17

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3 de abril de 2018


Por Dr. Moises Chencinski, pediatra e homeopata

Embora as doenças sejam uma parte natural da infância – o sistema imunológico deve aprender a combater as infecções – a gripe pode ser um problema sério

Neste ano, a temporada de gripe, nos EUA, já causou a morte de  60 crianças. Uma das razões pelas quais a temporada de gripe 2017-2018 está fora de controle é que a vacina contra a gripe deste ano é menos efetiva, devido à prevalência da estirpe evasiva H3N2. Mas vários outros equívocos – incluindo a crença generalizada de que as vacinas contra a gripe não valem a pena – provavelmente pioraram as coisas.

Listamos outros mitos sobre a gripe que colocam todos em perigo:

Mito # 1: Você pode se proteger da gripe com um estilo de vida saudável

“Lavar as mãos e comer direito são excelentes defesas de primeira linha contra a gripe, mas você não pode parar um vírus sem uma vacina. Você e sua família precisam de uma melhor proteção do que manter hábitos saudáveis ​​- especialmente porque alguns estudos sugerem que a lavagem das mãos nem sempre o protegerá da gripe”, explica o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Mito # 2: Se você ficar afastado de todos, você não deixará as pessoas doentes

“O isolamento por conta própria, uma quarentena, pode fazer você se sentir como um herói (ou um mártir), mas é possível transmitir o vírus antes que os sintomas apareçam. Então esconder-se quando estiver doente não é uma estratégia infalível, embora seja certamente uma boa ideia ficar afastado dos outros, uma vez que os sintomas já tenham aparecido”, explica Chencinski.

Mito # 3: Se você ficar doente, a única coisa a fazer é tomar um medicamento

Uma vez que a gripe é uma infecção viral, os antibióticos não farão nada além de matar as bactérias boas do intestino. “E, embora o Oseltamivir seja comercializado como uma opção de tratamento para reduzir a duração da gripe e aliviar seus sintomas, a droga não é efetiva para todos, não é uma cura. Por causa de seu alto custo, para não mencionar a fraca oferta e eficácia, se não administrado logo no início do quadro, muitos médicos não o consideram uma solução para a gripe”, explica o pediatra.

Mito # 4: Vacinas da gripe podem causar a gripe

Não é possível pegar a gripe por meio da vacina. As vacinas atuais contra a gripe contém vírus inativados ou “mortos”.  “É verdade que algumas pessoas contraem a gripe pouco depois de receberem as vacinas, mas é só porque já estavam doentes e assintomáticas quando se vacinaram. Também é possível que os sintomas gripais – cefaleias, náuseas e até mesmo febre de baixo grau – possam ser causados ​​pela produção de anticorpos contra a vacina. Mas certamente esses sintomas não são piores que uma gripe”, destaca Moises Chencinski.

Mito # 5: Grávidas e crianças não devem receber vacinas contra a gripe

Toda a família precisa da vacina, a menos que um médico indique o contrário. O CDC recomenda que todas as mulheres grávidas recebam a vacina contra a gripe, excluindo complicações específicas, e os estudos sugerem que essa vacina realmente reduz o risco de abortos espontâneos e o nascimento de natimortos. Enquanto isso, há evidências de que a vacina é até 83% efetiva na redução do risco para crianças pequenas.

Mito # 6: Vacinas de gripe causam narcolepsia, doença de Alzheimer, etc.

É verdade que uma vacina europeia contra a gripe suína esteve ligada à narcolepsia, em 2009, mas isso nunca se aplicou à vacina contra a gripe sazonal. Também não existe uma relação cientificamente comprovada entre vacinas contra a gripe e a doença de Alzheimer – uma falácia que é especialmente perigosa para idosos, que estão em maior risco de complicações relacionadas à gripe. “Outros incidentes, por exemplo, um caso amplamente divulgado de uma mulher que afirmou que ela só poderia caminhar para trás depois de se vacinar contra a gripe, provou ser puramente psicológico. Apenas para registro, as vacinas nunca causaram problemas de saúde mental, incluindo o autismo”, diz o médico.

Mito # 7: É muito tarde para se vacinar

É verdade que a vacina da gripe pode demorar até duas semanas para imunizar o organismo. Mas é preciso enfatizar, uma vez mais, que, as pessoas  devem receber a vacina anualmente.

Mito # 8: A gripe é uma doença benigna

Gripe não é resfriado. São duas doenças diferentes. A gripe mata mais pessoas nos Estados Unidos, todos os anos, do que o vírus Ebola matou na história do mundo. No ano passado, 34 milhões de americanos pegaram gripe, 710 mil foram hospitalizados e cerca de 56 mil morreram – 148 deles eram bebês e crianças. “E, embora as crianças e os idosos estejam em maior risco, adultos perfeitamente saudáveis ​​podem morrer da gripe. A gripe não é um rito de passagem do inverno, e certamente não é uma doença benigna. A melhor maneira de se proteger é tomar a vacina contra a gripe”, orienta o pediatra.

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