Acupuntura na rede pública de saúde faz a diferença na vida de crianças e adolescentes em São Paulo

Roberta Manreza Publicado em 30/04/2015, às 00h00 - Atualizado em 04/05/2015, às 07h55

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30 de abril de 2015


A+ Comunicação

A população brasileira, mais precisamente a da capital paulista, tem um aliado importante para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes: a acupuntura. Disponível para os cidadãos atendidos pelo Sistema Único de Saúde, os tratamentos são oferecidos em vários pontos da cidade, incluindo o Ambulatório de Acupuntura e Pediatria e Adolescência do setor de Acupuntura da UNIFESP, um dos principais centros de referência no assunto, que atende de 15 a 20 pacientes por semana, desde recém-nascidos até adolescentes.

O atendimento no Ambulatório é dividido em duas frentes. Tratamento de doenças, em que são recebidos pacientes com as mais diversas moléstias, como asma, cefaleia,  reumatológicas, dores no sistema músculo-esquelético, hiperatividade, entre outras. A outra frente do trabalho e que ainda é pouco difundida é a puericultura com a Acupuntura, trabalhando na prevenção, para não deixar que a criança saudável adoeça. Nesse caso, procura-se resgatar o papel do médico como um preventivo, tentando mudar a cultura de procurar o médico só quando se está doente.

A acupuntura não enxerga apenas a doença, considera-se a criança como um ser completo, atuando no sintoma direto e nos indiretos. Dessa forma, melhora o comportamento, o emocional, e com isso muitas vezes diminui a incidência de crises crônicas de determinadas doenças. “A Acupuntura trata os males emocionais também como uma doença, por isso tratamos o indivíduo como um todo, incluindo o ambiente em que ele vive e os fatores sociais e comportamentais da família, de maneira preventiva”, explica Dra. Márcia Yamamura, membro do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAESP) e responsável pelo Ambulatório da UNIFESP.

Durante o atendimento, todos esses fatores (psíquicos, emocionais, sociais e ambientais) são observados e fazem parte da anamnese. São identificados, então,  os possíveis fatores do adoecimento segundo os preceitos da Acupuntura. Daí decide-se pelo tratamento mais indicado: aplicação de agulhas, uso de auriculoterapia, além das mudanças em hábitos alimentares, alterações na rotina da criança,  foco no emocional, etc.

O papel da mãe também é trabalhado e resgatado, procura-se restabelecer o vínculo mãe-filho. “O atendimento pediátrico não pode olhar só a criança tem de olhar o binômio mãe e filho e o universo familiar em que ela está inserida. A gente percebe que também precisa tratar a mãe, então aqui no Ambulatório, acabamos por tratar os dois”, detalha Dra. Márcia.

A mãe sai da consulta com orientações no âmbito alimentar, hábitos de vida, comportamentais e até com noções para massagear determinados pontos (de acupuntura) da criança, auxiliando no tratamento de forma direta.

O ambulatório recebe também pacientes encaminhados por outras áreas além da pediatria, como reumatologia, neurologia, ortopedia e oncologia. No caso da oncologia pediátrica, a acupuntura auxilia bastante nos efeitos da quimioterapia e na diminuição da dor, melhorando a qualidade de vida desses pequenos pacientes.

“A acupuntura nos permite tratar a criança preventivamente e dentro do universo em que ela vive. Acreditamos que crianças saudáveis serão indivíduos saudáveis, e esse recurso está disponível para toda a população, aqui no Ambulatório ou nos diversos pontos de atendimento oferecidos pelo SUS”, finaliza Dra. Márcia.




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