A adolescência e a deficiência intelectual: vínculos afetivos e sociais

Roberta Manreza Publicado em 04/11/2017, às 00h00

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4 de novembro de 2017


Por Rita Alves, Gerente do Instituto de Ensino e Pesquisa APAE DE SÃO PAULO

Se há marcos em nossa vida, um dos principais é, indiscutivelmente, a adolescência. Um período em que podemos ter as melhores lembranças, mas também os maiores conflitos. Nesta fase de nossa vida, tanto o desenvolvimento da personalidade quanto a construção da identidade estão intimamente associados aos vínculos afetivos vivenciados na família e nas relações com os que estão à nossa volta.

Dessa forma, a maior dificuldade da fase está relacionada à conquista de autonomia que o adolescente enfrenta na mudança para a fase adulta ao experimentar certa independência dos pais – em termos de mobilidade para a ida à escola, ao shopping, ao encontro com os amigos –, ou ao   ingressar no mercado de trabalho, a partir dos 18 anos, conquistando também autonomia financeira.

É nesta etapa em que se vivenciam as discriminações de modo mais incisivo, justamente por ser o momento de “colocar a cara no mundo”. Diante desse cenário, o adolescente com Deficiência Intelectual enfrenta a natural angústia da fase somada às possíveis dificuldades funcionais, além de preconceitos que permeiam o tema.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que os jovens devem ser tratados como sujeitos de direitos. Nesse sentido, o adolescente com Deficiência Intelectual adquire, por meio da Socioeducação, o apoio e a possibilidade de desenvolver-se e integrar-se na comunidade, — em um exercício permanente de cidadania, potencializando competências e habilidades para a autogestão. Oficinas de esportes, artes plásticas, dança, teatro e musicalização, como são trazidas pelo serviço de Socioeducação da APAE DE SÃO PAULO, por exemplo, são importantes na preparação desses jovens para a vida social.

Além disso, a entrada no mercado de trabalho pode contribuir para a inclusão social da pessoa com Deficiência Intelectual. Com base na metodologia do Emprego Apoiado, o programa de Qualificação e Inclusão Profissional da Organização oferece o apoio técnico necessário para a efetiva permanência dos jovens no emprego, por meio de parcerias com diversas empresas.

Por fim, como um dos aspectos mais importantes dentro da temática, é fundamental que o familiar entenda que, para fortalecer a identidade pessoal, cultural e social do adolescente, é preciso permitir que ele se relacione de modo natural, consciente e se prepare, como toda e qualquer outra pessoa, para a vida.

apaesp.org.br




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