Ampliação da vacina contra o HPV para os meninos auxilia na redução do número de casos de câncer

Roberta Manreza Publicado em 27/06/2017, às 00h00 - Atualizado às 09h43

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27 de junho de 2017


Por Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior*, pediatra 

A atualização da caderneta de vacinação na matrícula escolar também aumenta a cobertura vacinal

O Ministério da Saúde ampliou a faixa etária para a vacinação de meninos contra o HPV. A partir de agora, garotos de 11 a 14 anos poderão ser imunizados e, no ano que vem, serão incluídos meninos de 10 anos. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos.

Em parceria com o Ministério da Educação, a pasta da Saúde também vai levar a vacinação para as escolas a partir de 2018. No momento da matrícula, os pais poderão entregar a caderneta de vacinação dos filhos e autorizar a regularização, que será feita posteriormente pelas unidades de saúde.

O Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, considera as medidas benéficas porque auxiliam na diminuição dos números de casos de câncer em todo o país.

O médico explica que o HPV ou vírus do papiloma humano é transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas, por relação sexual e da mãe para o filho no parto.

“A vacina contra o HPV é importante tanto para as meninas quanto para os meninos para prevenir contra os cânceres de vulva, colo de útero, pênis, ânus, garganta e verrugas genitais e deve ser tomada antes do início da vida sexual”, esclarece o pediatra.

A vacinação dos meninos representa também uma proteção indireta para as meninas, contribuindo para a diminuição do câncer do colo do útero, o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. No Brasil, surgem 15 mil novos casos de câncer de colo do útero por ano, com a ocorrência de 5 mil mortes.

“Os pais precisam estar atentos e promover o diálogo com os filhos adolescentes antes da iniciação sexual, alertando sobre a importância do sexo seguro e no momento certo”, orienta o Dr. Paulo Maluf. O uso da camisinha é uma proteção importante para evitar a transmissão do HPV e de outras doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a Aids, e não pode ser esquecida.

*Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior (CRM/SP 21.769), pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês




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