Asma: 8 fatos que você precisa saber

Roberta Manreza Publicado em 20/04/2016, às 00h00 - Atualizado às 08h18

-
20 de abril de 2016


Esclareça suas dúvidas sobre a doença crônica que atinge mais de 10 milhões de brasileiros, especialmente as crianças

Por Andressa Basilio – Revista Crescer

Tosse seca, chiado no peito e falta de ar são sintomas comuns em crianças com alergias respiratórias. Quando esses episódios se transformam em crises frequentes, porém, pode significar asma. A doença caracteriza-se pela inflamação e estreitamento das vias respiratórias, o que impede a passagem do ar e dificulta a respiração. Não tem cura, mas o diagnóstico precoce pode melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes. E é justamente para essa conscientização que é comemorado o Dia Nacional do Combate à Asma no dia 21 de junho.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 150 milhões de pessoas sofrem de asma em todo o mundo. No Brasil, este número também é alto e não para de crescer. Atualmente estima-se que 10 a 15 milhões de brasileiros tenham a condição crônica, que, vale dizer, é comum aparecer desde cedo, em especial entre crianças de 4 a 6 anos de idade. Abaixo, esclareça suas dúvidas sobre a doença:

1. Asma é uma doença genética.Dados do ISAAC (The Internacional Study of Asthma and Allergies in Childhood) mostram que toda criança tem 20% de chance de desenvolver uma alergia respiratória. Se um dos pais ou o irmão tiver o problema, a taxa sobe para 40%. Não existe qualquer exame clínico prévio para descobrir a pré-disposição asmática, por isso, lembrar-se do histórico familiar continua sendo a maneira mais eficiente de lidar com a doença.

2. Existem vários fatores que podem desencadear uma crise. O mais comum é a exposição a agentes nocivos, como poeira, mofo ou pelos de animais. Porém, a asma pode aparecer depois de quadros de infecções respiratórias, como gripes, resfriados e sinusites, ou até mesmo em pessoas que têm dermatite de contato. Inalar fumaça ou um perfume muito forte também pode deixar consequências. Em casos mais raros, fatores emocionais já estiveram associados ao aparecimento de crises.

3. Outono e inverno são as épocas mais propícias ao aparecimento da doença. O tempo seco prejudica as defesas do organismo. As mucosas das vias respiratórias ficam mais sensíveis, o que aumenta as chances de vírus e bactérias conseguirem se fixar na região.

4. Não existe um exame específico para identificar asma. O diagnóstico é baseado na avaliação do quadro clínico do paciente e num procedimento simples e não-invasivo chamado de espirometria, que mede a velocidade e a quantidade de ar que a criança é capaz de colocar para dentro e fora dos pulmões. Vale lembrar que, como o diagnóstico não é tão simples, os médicos costumam desconfiar de asma após quatro episódios seguidos de crise.

5. Não tem cura. Porém, com o tratamento correto, a criança pode levar uma vida perfeitamente normal. É importante frisar que, quanto antes a criança iniciar o combate medicamentoso (à base de corticoides inalatórios), maior a chance de ela não precisar de tratamentos pesados na vida adulta.

6. Maus hábitos alimentares agravam a asma. Um estudo recente da Universidade de Auckland, Nova Zelândia, analisou os hábitos alimentares de 500 crianças em mais de 50 países. Os resultados mostraram que, aquelas que consumiamfast-food pelo menos três vezes por semana, tinham 27% de chances de ter asma. Outro estudo mais antigo feito pela Nestlé Research Center, na Suíça, descobriu que consumir muito açúcar também aumentava o risco de alergias respiratórias. A explicação para essas conclusões é que uma alimentação ruim diminui as defesas imunológicas do organismo.

7. Vitaminas, as aliadas. Uma pesquisa de 2009 da Escola de Medicina Johns Hopkins, EUA, mostrou que as vitaminas do complexo B, presentes no suco de laranja, cenoura e folhas verde-escuras, e a vitamina D, encontrada em ovos, carnes e peixes e absorvida depois da exposição ao sol, fortalecem as funções pulmonares.

8. Exercícios físicos são bem-vindos. Afinal, eles – em especial a natação – contribuem para fortalecer a musculatura respiratória. A partir dos 5 anos, as crianças asmáticas já podem recorrer às atividades físicas como forma do tratamento, desde que não estejam vivenciando a crise. Isso porque, nesse caso, um quadro de asma pode piorar ainda mais com o esforço. Converse com o pediatra ou pneumologista do seu filho antes de matriculá-lo em qualquer esporte e pergunte pelo mais indicado.

Como evitar alergias em casa?

– Deixe os cobertores guardados, e não estendidos
– Limpe o chão com pano úmido para não levantar pó
– Use persianas
– Fique atento aos fungos (as manchas escuras), eles desencadeiam crises de asma
– Deixe os ambientes bem ventilados e, se for necessário, compre um umidificador
– Para a faxina, além do detergente, tenha um produto para limpezas difíceis (ambos sem aroma)
– Para as roupas, use sabão (em pedra ou pó) e um alvejante neutro

*Fontes: Wellington Borges, do Departamento Científico de Alergias e Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Rafael Faraco, pneumologista do Hospital e Maternidade Sâo Luiz e Roberto Stirbulov, coordenador da disciplina sobre Aparelho Respiratório da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo 

Assista: Papo de Mãe sobre Asma e Bronquite:




Doenças respiratóriasasmaalergiasbronquitetratamento da asma