Roberta Manreza Publicado em 25/05/2015, às 00h00 - Atualizado em 26/05/2015, às 12h30
No Brasil, o número de pessoas que desejam adotar um filho é cinco vezes maior que o número de crianças e adolescentes que aguardam uma adoção.
Os dados são do CNA, Cadastro Nacional de Adoção do Conselho Nacional de Justiça. As informações mostram que são mais de cinco mil crianças disponíveis, para quase 33 mil famílias pretendentes no Brasil. A moradora de Brasília Wanda Marques, de 50 anos, já esperou na fila por uma criança e, com o marido, adotou, há um ano, João Felipe, quando tinha um ano de idade.
Wanda é uma das pessoas que ocupam a maior parte do cadastro de adotantes do CNA: que preferem crianças de até dois anos de idade. Além disso, os registros revelam que entre as mais de 30 mil pessoas que desejam adotar no Brasil, 90% aceitam crianças brancas, e quase 30 por cento adotam apenas crianças de pele clara.
Para o supervisor da área de adoção da Vara da Infância do Distrito Federal, Valter Gomes, as escolhas de idade e características físicas são o principal motivo para a demora na adoção.
Valter Gomes explica que, no Distrito Federal, por exemplo, 80% das famílias habilitadas para adoção preferem crianças com menos de DOIS anos de idade. Mas apenas 20% das crianças se encaixam nesse padrão.
A Lei 12.010, de 2009, garante que as mães ou gestantes que desejam entregar o filho para adoção podem procurar a vara da infância e não serão penalizadas por isso. A psicóloga do Hospital Materno-infantil do Distrito Federal, Alessandra Arrais, fez estudos sobre essa decisão da mulher, em doar a criança. Ela diz que doar não é crime. Para ela, pode ser um ato de amor.
Outra possibilidade da lei 12.012 é a adoção feita por famílias diversificadas, como casais homoafetivos. Valter Gomes, da Vara da Infância do DF, explica que essa mudança é fruto do novo cenário da família brasileira.
O tradutor David Harrad, mora em Curitiba e adotou, há dois anos, com o marido, uma criança de 11. O caso deles foi o primeiro na Vara da Infância paranaense. Depois de três anos de burocracia, conseguiram adotar o menino. Hoje em dia, eles estão com mais DUAS crianças passando pela fase de adaptação, para serem adotadas. David conta que o último processo foi mais rápido e que o casal está realizado.
O primeiro passo para adotar uma criança ou adolescente, no Brasil, é procurar a defensoria pública da infância e juventude para que seja aberta uma petição de adoção.
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Dica: Assista ao Papo de Mãe sobre Adoção Especial