A bronquiolite voltou e, este ano, mais cedo!

Roberta Manreza Publicado em 20/03/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h50

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20 de março de 2017


Por Saúde4Kids*,A pediatra Dra. Rafaella Calmon alerta que a doença se antecipou neste ano e os casos aumentaram antes da mudança da estação, quando são registrados os maiores índices em prontos-socorros A proximidade da nova estação já é sinal de tensão para pais com filhos pequenos. É quando as temperaturas oscilam bruscamente e os bebês e crianças menores sofrem as consequências. De acordo com pediatra Dra. Rafaella Calmon, do Saúde4Kids, uma doença que eleva expressivamente o número de internações nesta época do ano em hospitais infantis é a bronquiolite. A patologia ocorre muito no primeiro ano de vida e os sintomas podem ser confundidos com os de um simples resfriado. E a médica alerta que neste ano os casos já se anteciparam e aumentaram consideravelmente em prontos-socorros infantis e consultórios. A pediatra explica que “bronquiolite é uma infecção do trato respiratório ocasionada por vírus, principalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas sabe-se hoje que mais de 10 tipos de vírus podem causar esse quadro”. A Dra. Rafaella Calmon revela que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são cerca de 60 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo por ano. Para informar os papais, a pediatra comenta algumas dúvidas recorrentes e orienta: Meu filho pode ter?  A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida e todas as crianças serão expostas a estes vírus até o segundo ano de idade. Podendo recorrer durante toda a vida, mas causando sintomas respiratórios mais intensos na primeira exposição. Quando pode acontecer?  Esses quadros são mais frequentes nas estações mais frias do ano e em regiões mais quentes ocorrem o ano todo de maneira mais regular. No Brasil, os picos de incidência variam de acordo com a região, mas sabe-se que a grande maioria dos casos acontecem entre os meses de abril e julho. Como posso identificar?  Os quadros costumam iniciar como um “resfriadinho” comum: coriza, obstrução nasal, seguido de tosse que pode ser seca ou produtiva (tosse “cheia”). Algumas vezes acompanhado de rouquidão leve, falta de apetite, febre, vômitos e diarreia, dependendo do agente causador. Quanto tempo isso dura?  Costuma durar de 5 a 15 dias de quadro com intensidade variável, sendo que a maioria das crianças não necessitam de internação, mas é a causa de uma demanda intensa nos prontos-socorros e clínicas pediátricas. Meu filho pode pegar? Qual o risco?  Pacientes com maior risco de desenvolver quadros mais graves: prematuros, portadores de cardiopatia congênita, crianças com doença pulmonar crônica, imunossuprimidos, ou seja, com baixa imunidade como transplantados e em tratamento de câncer, assim como aquelas portadoras de doenças neurológicas. Porém, a maioria das crianças que internam com complicações do quadro são previamente saudáveis. Bebês abaixo de 3 meses de idade, mesmo saudáveis, têm mais risco de internação ou complicações. Quando devo me preocupar?  O quadro costuma piorar entre o terceiro e quinto dia de evolução, tosse mais intensa e até crises de tosse e cansaço. É preciso ficar atento quando: cansaço muito intenso com respiração rápida, barriguinha “afundando” quando respira, a criança fica “molinha” mesmo sem febre e quando parece que a criança está muito pálida ou “roxinha” na boca, face ou pés e mãos. Como trato?  O tratamento deve ser orientado pelo pediatra ou médico da família que atende a criança. Lavagem nasal com soro fisiológico e hidratação com grande oferta de líquidos sempre ajudam e são indicados desde os primeiros sintomas. O tratamento deve ser prescrito com orientação médica. Procure sempre o seu pediatra de confiança para orientações. Posso prevenir?  Sim. Evite lugares cheios e fechados nos períodos de maior incidência. Não deixe pessoas resfriadas ou doentes visitarem o seu bebê, principalmente recém-nascido. Se alguém em casa estiver resfriado, intensificar a lavagem das mãos e estimular o uso de álcool gel. Para as mães que amamentam, caso tenham este quadro, as orientações são as mesmas e devem procurar amamentar usando máscara, mas o principal agente são as mãos, então, cuidado redobrado.
 *O Saúde4Kids é um portal com informações direcionadas especialmente a mamães e papais ou responsáveis pelos cuidados com as crianças nos mais variados aspectos, desde a fase bebê até a adolescência. Foi criado em 2015 pelas médicas e pediatras Fernanda Viana, Rafaela Gato Calmon e Ana Laura Kawasaka para compartilhar conhecimentos técnicos e experiências pessoais, a fim de orientar toda a família sobre cuidados com a saúde, bem-estar e comportamento da criançada. Nele, as profissionais abordam, de maneira espontânea e com linguagem didática, desde assuntos obrigatórios como a vacinação das crianças, até dicas alimentares, tratativas comportamentais, sugestões de lugares para passeios etc. O Portal Saúde4Kids também está no Instagram, Facebook e Youtube. As Pediatras Dra. Ana Laura Kawasaka é médica formada pela Universidade Estadual Paulista –UNESP-; pediatra pela Universidade de São Paulo –USP-; cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São Paulo; com títulos de especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e, em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Além de mamãe da Clara. Dra. Fernanda Viana é médica formada pela Universidade Estadual de Campinas –UNICAMP-; pediatra pela Universidade de São Paulo –USP-; cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São Paulo. Além de ser especialista em pediatria com título pela Sociedade Brasileira de Pediatria e, em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Dra. Rafaella Gato Calmon é médica pela Universidade Federal do Pará –UFPA-; pediatra pelo Hospital Infantil Darcy Vargas, cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São Paulo; com títulos de especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e, em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Também é mamãe dos gêmeos Bárbara e Rafael.



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