Roberta Manreza Publicado em 15/07/2019, às 00h00
Especialistas dão dicas sobre como cuidar da casa a fim de se evitar o surgimento de alergias e outros problemas respiratórios, muito comuns nesta época do ano |
Projeto do escritório Jardim & Sperb Arquitetura e Interiores. Na sala, o piso de mármore dispensa o uso de tapetes. No quarto, a opção pela persiana – ao invés da cortina – é uma boa opção para os alérgicos. Fotos: Jomar Bragança O inverno 2017 chegou com tudo. No sudeste, algumas cidades registraram as mais baixas temperaturas em mais de quatro décadas. Com o clima tão frio e seco, o ar torna-se favorável à proliferação de alergias e outros problemas respiratórios, o que acende um alerta sobre a saúde. Não por um acaso, os cuidados que tomamos ao sair de casa nesta época do ano são redobrados. Todos querem escapar das temidas friagens. O que nem todo mundo se preocupa, porém, é justamente com o interior das casas, que pode ser o grande vilão. “Os ambientes inadequados são os principais causadores e mantenedores de crises alérgicas. Morar em um lugar arejado, sem ventos fortes, com boa luminosidade, é com certeza mais saudável para qualquer pessoa”, alerta a médica alergista Rozana de Fátima Gonçalves. Segundo a especialista, é preciso estar atento, pois é justamente em casa que as crises alérgicas costumam ser despertadas. “As pessoas nascem com o gen da alergia. Este pode despertar em qualquer época da vida e a pessoa sensibilizada passa a ter sintomas. Geralmente, este despertar ocorre quando a pessoa tem contato com ambientes empoeirados, poluídos, mofados”, pontua. Fica evidente, portanto, que a melhor maneira de evitar este tipo de problema de saúde é cuidando da casa desde os mínimos detalhes, que já começam no projeto de arquitetura de interiores. A arquiteta Fernanda Sperb, sócia do escritório Jardim & Sperb Arquitetura e Interiores, é categórica sobre os elementos que devem ser evitados em casas onde um dos moradores já manifestaram sintomas de alergias. “Tapetes, almofadas, bichos de pelúcia, cortinas, tudo que junte poeira é prejudicial para o alérgico”, enumera. Com relação aos tapetes, a profissional afirma que existem opções no mercado para quem não quer abrir mão do elemento, como os tapetes de nylon, que são fáceis de lavar. A designer de interiores Laura Santos, acrescenta: “Os tapetes emborrachados são ótimos, pois não são felpudos e são de fácil manutenção”. Os livros também costumam acumular poeira, mas como muitas pessoas fazem questão de tê-los em casa, Laura Santos indica: “Uma boa ideia é acomodá-los em armários com portas ou básculas, em vez de prateleiras e nichos. Para quem quer mantê-los à mostra, a melhor opção é usar portas de vidro incolor”. Na foto a esquerda, a designer Laura Santos usou tapetes emborrachado, uma ótima opção para os alérgicos. Na foto à direita, a profissional especificou armários com portas para abrigar os livros e documentos não deixando eles expostos a poeira. Fotos: Henrique Queiroga e Osvaldo Castro De acordo com as profissionais, outra questão importante diz respeito ao material do mobiliário. “Numa casa de uma pessoa alérgica é importante sempre escolher móveis que possam ser higienizados com pano úmido, como os móveis com superfície de vidro, por exemplo”, explica Laura. Lígia Jardim, do escritório Jardim & Sperb Arquitetura e Interiores, completa: “Os materiais sintéticos para bancadas de cozinha e banheiro são indicados. O corian, por exemplo, não retém odores e não absorve líquidos, além de ser resistente a bolores e mofos”. Bancada de corin usada nesta cozinha projetada pelo escritório Jardim & Sperb Arquitetura & Interiores combate bolores e mofos e não retém odores. Foto: Jomar Bragança Lígia e Fernanda recomendam ainda o uso de travesseiros antialérgicos e protetores de colchão. E Laura Santos finaliza: “Casa arejada e ensolarada é fundamental. Manter as janelas abertas e deixar o sol da manhã entrar pode ser de grande ajuda”. Criar ambientações que favoreça a circulação do ar e a entrada do sol é um dos preceitos seguidos pela designer Laura Santos ao fazer projetos destinados a alérgicos. Foto: Edson Ferreira |