19 de julho de 2010
No Papo de Mãe deste último domingo (18/07) o assunto em pauta foi “como criar os filhos sem a presença do pai ou da mãe”. Entre os especialistas convidados, a psicóloga e terapeuta familiar
Tai Castilho, a cineasta
Susanna Lira (autora do documentário “Nada sobre meu pai”) e o advogado
Rui Fernandez Correa Jr, da APAF – Associação Paulista de Amparo à Família (
http://www.apafsp.org.br/).
Durante o papo, falamos da importância da figura paterna como uma referência masculina no desenvolvimento da criança, da dificuldade de muitas mães em conseguir apoio (seja emocional ou financeiro) do ex-companheiro e das diversas situações embaraçosas que a falta do pai provoca. Na reportagem de Rosângela Santos, conhecemos mulheres que são chefes de família e que lutam sozinhas para criarem seus filhos. Na “vez do pai”, Davi de Almeida trouxe uma reportagem com um pai que criou os dois filhos pequenos sozinho. E Pedrinho Tonelada conversou com as pessoas nas ruas para saber a opinião delas sobre o tema.Segundo dados do IBGE, 30% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. E em muitos casos, os filhos não são nem registrados pelos pais. Em São Paulo, por exemplo, a Secretaria de Educação identificou que 7% dos alunos da rede estadual (350 mil estudantes) não possuem o nome do pai no registro de nascimento.
Contudo, é importante esclarecer que toda criança e adolescente tem o direito de ter a paternidade reconhecida e o nome do pai nos documentos. O reconhecimento da criança pelo pai ou mesmo por outra pessoa pode ser feito a qualquer hora e de diversas maneiras que vão desde a escritura pública até a investigação de paternidade. Outra possibilidade que existe é a adoção unilateral, onde a lei garante o direito de um padrasto adotar o enteado ou a enteada.A importância da figura paterna é indiscutível, mas infelizmente nem todas as mulheres podem contar com um companheiro. E para algumas delas, isto não é impedimento para terem seus filhos. Tanto é que no mundo todo existem cerca de 43 milhões de mulheres que escolheram criar seus filhos sozinhas, optando pela adoção ou até mesmo pela inseminação artificial.Os bancos de sêmen, antes procurados apenas por casais, têm atraído um número cada vez maior de mulheres solteiras. São as chamadas “produções independentes”. E esse aumento tem gerado um problema nos bancos de espermatozóides: a falta de doadores. É que normalmente o homem tem muito receio de que um dia tenha que assumir uma paternidade forçada – embora as doações sejam 100% anônimas.A propósito, o banco de sêmen da Faculdade de Medicina do ABC, na grande São Paulo, aceita doadores entre 18 e 45 anos, sem histórico de doença hereditária na família e que concordem com o anonimato. Para quem tiver interesse em doar, o telefone é o 0800 770 7045 e o e-mail
duvidas.rephumana@fmabc.br.—