Conscientização: a melhor forma de combater o grave problema de afogamentos

Roberta Manreza Publicado em 10/11/2016, às 00h00 - Atualizado às 08h36

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10 de novembro de 2016


Rafaele Madormo*

Afogamento é uma pandemia mundial, tirando a vida de cerca de 380.000 pessoas anualmente. No Brasil são cerca de 6.000 mortes por ano, das quais em torno de 1.100 são de crianças de 0 a 14 anos. Diariamente, em média, morrem 17 brasileiros afogados, sendo que 3 são crianças. Assustador, mas pouco percebido pela sociedade. Para cada afogamento com morte há pelo menos outros 10 não fatais, parte deles com sequelas que afetarão e transformarão a vida da pessoa e de seus familiares.

Mas se o problema é tão sério, por que se faz tão pouco para combatê-lo? Difícil descobrir a causa dessa falta de atenção, mas com certeza o desconhecimento da dimensão do problema gera esse relaxamento com um incidente tão presente na vida cotidiana.

Afogamento de crianças não acontece apenas em piscinas, rios, lagos ou no mar. Ele acontece dentro de casa na banheira, no balde esquecido com água, na pia ou no tanque. Pode acontecer no espelho da água de um parque ou de um prédio residencial.

Para adolescentes e jovens adultos, na faixa etária de 15 a 19 anos, o risco aumenta imensamente, turbinado pelo álcool e pela revolução hormonal que lhes tiram, em determinados momentos, o senso crítico fazendo-lhes se exporem ao risco como nenhum outro grupo etário. Por isso mesmo, essa faixa é a que mais apresenta casos fatais.

Portanto, seja criança, adolescente ou adulto é necessário aprender como se portar perto ou dentro da água, pois quando se trata de água não existe segurança absoluta. É importante a conscientização de todos para usufruir dos benefícios que ela proporciona e diminuir os riscos que ela oferece.

Consulte a Cartilha da Campanha Águas + Seguras da Sobrasa

Aprender a nadar é uma medida essencial de segurança, mas ela sozinha não assegura a ninguém, mesmo um nadador olímpico, dos riscos de vivenciar um problema na água. Independentemente da habilidade aquática da criança e do adolescente, sempre é necessário que um adulto supervisione atentamente quando elas estiverem próximas ou dentro da água, já que o afogamento é um acontecimento silencioso, diferente das imagens que foram instaladas em nossas mentes pelas cenas de filmes.

Regularmente os afogamentos de crianças acontecem numa distância muito próxima de adultos e apenas alguns minutos desde a última vez que elas foram vistas. Sendo assim, sempre que for sentida a falta de uma criança, o primeiro lugar a buscar é onde há água, já que segundos podem ser decisivos para diminuir os danos de um incidente aquático.

Com a finalidade de chamar atenção da sociedade para esse grave problema, várias ações vem sendo tomadas por um grupo de entidades. Uma das mais importantes foi instituir Novembro – Mês de Segurança Aquática, para informar a população, às vésperas do verão, período de maior incidência de afogamentos, sobre como se portar na água e próximo a ela. Entidades como Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático e INATI (Instituto de Natação infantil)  oferecem gratuitamente materiais educativos e promocionais.

A conscientização de crianças, adolescentes e adultos sobre como se portar adequadamente na água é a ferramenta mais importante para que essa relação seja positiva e traga os benefícios e o prazer que esse elemento vital para a vida pode oferecer.

*Rafaele Madormo, presidente da União Nacional das Escolas de Natação (UNEN) 2009 / 2010, diretor Executivo do INATI – Instituto de Natação Infantil,  diretor administrativo da Academia Via Esporte, vencedor do prêmio Kelly Ogle Memorial Safety Award 2012 da World Waterparks Association – EUA.

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Edição: Clarissa Meyer




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