Criança que escreve à mão aprende a ler melhor

Roberta Manreza Publicado em 10/03/2015, às 00h00 - Atualizado às 17h32

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10 de março de 2015


Fundação Maria Cecília Souto Vidigal

Desde que o uso dos computadores, tablets e celulares tornou-se quase universal, escrever usando lápis e papel virou algo raro para muitas pessoas. Algumas escolas têm introduzido, cada vez mais cedo, a tecnologia no lugar de cadernos e canetas. Mas será que essa mudança radical faz bem ao desenvolvimento infantil? Como educador, é importante você conhecer uma recente pesquisa a respeito.

Um estudo realizado por neurocientistas da Universidade de Bloomington, nos EUA, avaliou a importância da escrita à mão para o desenvolvimento da criança.

Os pesquisadores analisaram o comportamento do cérebro de meninos e meninas não alfabetizados, mas que conheciam as letras, não sabendo ainda como juntá-las para formar as palavras.

Eram dois grupos de crianças. Um foi estimulado a copiar no papel letras diferentes. Outro trabalhou as letras usando o teclado.

Além de avaliar a capacidade dos dois grupos, os cientistas monitoraram os cérebros, antes e depois do exercício, por meio de ressonância magnética, para identificar as áreas ativadas e entender o que acontece quando as crianças aprendem as letras.

O que perceberam é que aquelas que copiaram à mão mostraram padrões de ativação do cérebro semelhantes aos de pessoas já alfabetizadas.

Já o cérebro das crianças que usaram o teclado para realizar a atividade parecia ficar “ligado”, respondendo de forma diferente.

A conclusão dos exames feitos mostram que a prática à mão ajuda a estabelecer uma ligação entre o processo de escrever e o de aprender a ler.

Outro benefício da escrita com lápis ou caneta é o desenvolvimento de habilidades motoras mais sofisticadas, importantes à maturidade cognitiva da criança pequena.

Um tema importante para discutir com seus colegas de educação infantil e com os pais. Ao que tudo indica, escrever à mão e digitar no teclado podem andar juntos, desde que uma coisa não exclua a outra e que não haja exageros no uso da tecnologia.




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