Com a pandemia, e as crianças isoladas, os riscos de intoxicação com medicamentos e produtos químicos aumentam
Carolina Novaes* Publicado em 03/06/2021, às 11h36
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cerca de 60% dos pacientes atendidos com intoxicação são crianças entre um e quatro anos de idade. Com as pessoas ficando mais tempo em casa, por causa da pandemia e das escolas fechadas, aumenta o risco de intoxicação por medicamentos e produtos químicos, principalmente nas crianças.
Em um estudo divulgado em 2018 pela SBP, todos os dias, cerca de 37 crianças e adolescentes (com idades de zero a 19 anos) sofrem os efeitos da intoxicação pela exposição inadequada a medicamentos. De acordo com informações do Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (Sinitox), ao longo de 18 anos foram mais de 245 mil casos de intoxicação atingindo essa faixa etária, com o registro de 240 mortes.
Para a Dra. Marcia Vlasman, pediatra e gerente operacional da Pronep, empresa de home care, a intoxicação por produtos de limpeza é alta e de acordo com cada produto existe uma reação diferente no corpo. A pediatra ainda adverte para o que não deve ser feito: “o que você não pode nunca fazer é a criança vomitar, porque na maioria das vezes, principalmente com as medicações e substâncias de limpeza, esse vômito pode ocasionar um dano maior”, alerta.
O correto em situações de intoxicação, segundo a médica, é levar a criança para a emergência o mais rápido, e se possível a medicação ou o produto químico ingerido também, com rótulo, a quantidade e o tempo desde o ocorrido: “isso é muito importante para na emergência saber exatamente qual foi a substância”, conta Vlasman.
Em casos de contato com os olhos ou pele, o indicado é lavar em água corrente ou soro fisiológico para retirar a maior parte do produto e ele não ser absorvido.
A pediatra ainda diz sobre a importância de conversar com as crianças sobre o que pode e não pode. “A medicação a gente nunca deve dizer para criança que é uma balinha ou gostoso. A orientação sempre tem que ser de tomar a medicação quando algum responsável oferecer e nunca tomar por conta própria”, e completa dizendo que apesar da existência de tampas de medicamentos que possuem uma barreira física para as crianças, a conversa ainda é essencial para evitar futuros danos.
Para ajudar na prevenção destes acidentes domésticos, a pediatra e a farmacêutica Patricia Campos prepararam um guia com informações e orientações, confira:
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