Roberta Manreza Publicado em 04/08/2016, às 00h00 - Atualizado em 07/02/2017, às 11h18
Prof. Dr. Mario Louzã, psiquiatra
Segundo o IBGE, cerca de 7,6% dos adultos já foram diagnosticados com depressão no Brasil, ou seja, 11 milhões de pessoas no País já sofreram com a doença, sendo que 52% faz uso de medicamentos. De acordo com o IBGE, 11,8% das pessoas com diagnóstico de depressão ficam limitadas em várias atividades, seja por medo, ansiedade intensa, desanimo ou falta de vontade.
Apesar de 52% tomarem medicamentos, apenas 16,4% fazem psicoterapia.
Já a Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontou que 14,6% dos moradores de Países de alta renda já tiveram depressão. Nos Países de baixa ou média renda, 11,1% da população manifestou a doença alguma vez na vida.
A depressão se caracteriza por vários sintomas: tristeza profunda e contínua, apatia, desânimo, perda do interesse pelas atividades que gostava de fazer, pensamento negativo (ideias de fracasso, incapacidade, culpa, pensamentos de morte), alterações do sono, falta de libido, e falta de apetite.
A depressão costuma ser de caráter recorrente, de modo que a pessoa pode ter vários episódios ao longo da vida. Se não for tratada corretamente, pode se tornar uma depressão crônica, fazendo com que a pessoa não tenha vontade nem de sair da cama, podendo até cometer suicídio.
A depressão deve ser diferenciada da ‘tristeza normal’, decorrente de ocasiões tristes ou difíceis da vida. Esta, em geral, tem um perfil menos intenso, e tende a desaparecer com o tempo ou quando o problema é solucionado.
Infelizmente, as pessoas ainda associam a depressão à fraqueza de caráter, e acham que podem resolvê-la apenas com ‘força de vontade’. A verdade é que a depressão tem uma base neurobiológica, decorrente de um desequilíbrio do funcionamento de alguns neurotransmissores no cérebro.
Daí a importância de procurar ajuda médica quando os sintomas descritos estiverem se manifestando. O tratamento da depressão envolve o uso de antidepressivos, associados à psicoterapia. Vale frisar que a depressão é, sim, uma doença grave, que pode se tornar crônica e que deve ser tratada. Portanto, antes de fazer um julgamento sem conhecimento de causa, busque informação e esclareça as dúvidas com um profissional médico. Só assim, a depressão deixará de ser tão estigmatizada.
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*Prof. Dr. Mario Louzã é médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Assista ao Papo de Mãe sobre Depressão: