Data de conscientização expõe riscos de acidentes domésticos envolvendo queimaduras. As crianças são o grupo mais afetado por eles
Redação Papo de Mãe Publicado em 06/06/2021, às 11h49
Quando o assunto é brincadeira de criança, a casa é um ambiente bastante curioso e repleto de opções para os pequenos, no entanto, a maioria deles são perigosos. Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), o país registra cerca de 150 mil internações por ano. O principal grupo atingido são as crianças, sendo 30% desse número.
E para trazer conscientização sobre o tema, existe o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, lembrado neste domingo (6). A data foi organizada e instituída por lei em 2009, e hoje, serve como um alerta para pais e adultos. "Muitos acidentes por queimadura, de forma global, acontecem em ambiente doméstico. Conhecendo a causa e estabelecendo políticas corretas, com educação, campanhas que promovam cuidado, tenho certeza que podemos diminuir o número de acidentes", diz José Adorno, presidente da SBQ.
Nem toda queimadura é acometida, necessariamente, por fogo. Queimaduras são "feridas traumáticas causadas por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos", ou seja, não basta manter a criança longe do fogão – área de grande risco –, é preciso também manter a atenção em tomadas sem proteção e instalações elétricas mal feitas, que causam graves ferimentos.
Os ferimentos, por sua vez, variam de grau, de acordo com sua profundida, tamanho e choque térmico na superfície corporal – os mais graves chegam a ser letais. A ONG Criança Segura, parceira do Papo de Mãe, revelou que nos últimos dez anos, mais de 3 mil crianças de 0 a 14 anos morreram em decorrência de acidentes com queimaduras e quase 221 mil foram hospitalizadas.
Além das consequências físicas, queimaduras podem acarretar consequências físicas e traumas emocionais e sociais, principalmente em crianças. Dessa maneira, a prevenção a qualquer tipo de acidente é mais que necessário.
Segundo a ONG Criança Segura, no ano de 2017, cerca de 40% dos acidentes envolvendo queimaduras foram durante o período de férias escolares, quando as crianças ficam mais em casa. Mas com a chegada da pandemia da Covid-19, essa perspectiva muda.
Com os pequenos em casa na maior parte do tempo, o acesso ao álcool 70% – liberado pela Anvisa para a proteção ao coronavírus – é um perigo redobrado. Por isso, aqui vão algumas dicas para prevenir queimaduras e também o que fazer no caso se elas ocorram:
- Utilizar o álcool em gel somente quando não houver água e sabão por perto. Em casa guardá-lo em local seguro, onde as crianças não tenham acesso.
- Evitar o uso do álcool para fazer ou reativar o fogo, utilize os acendedores que são mais seguros.
- Cuidado com as panelas no fogão, mantenha os cabos sempre virados para dentro. Evite abrir a panela de pressão antes de escapar todo o vapor e limpe sempre a válvula.
- Use velas somente em casos necessários e as mantenham afastadas de objetos inflamáveis (cortinas, tapetes e móveis de madeira).
- Atenção às tomadas sem proteção, fios desencapados, instalações elétricas mal feitas e gatos na rede elétrica. Isso pode ser o foco de um incêndio.
- Ao sair de casa desligue os eletrodomésticos e eletrônicos da tomada
Se acontecer algum acidente...
- Não toque a área afetada e procure socorro médico imediatamente
- Nunca fure as bolhas
- Não tente retirar as roupas grudadas na pele.
- Não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico.
- Não cubra a queimadura com algodão.
- Se as roupas também estiverem em chamas, não deixe a pessoa correr, de preferência role-a no chão.
Fontes:
Hospital Infantil Sabará
Hospital do Coração
Sociedade Brasileira de Queimaduras
*A Criança Segura é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, dedicada à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. A organização atua no Brasil desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide, fundada em 1987, nos Estados Unidos, pelo cirurgião pediatra brasileiro, Martin Eichelberger.
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