Com a Páscoa, o tema chocolate volta a discussão. Afinal, a guloseima tão querida por adultos e crianças traz benefícios ou prejuízos para a sua saúde?
Valéria Campos* Publicado em 04/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h55
A origem na civilização Maia De acordo com artigo científico, publicado na revista sobre Pesquisa Ambiental e Saúde Pública, a paixão pelo Chocolate começou com os Maias, civilização pré-colombiana que habitou a América Central, quando começaram a plantar cacau e misturavam o fruto com água para virar o que eles chamavam de o “Alimento dos Deuses”, o que os chocólatras concordam plenamente.
Paixão pelo chocolate
O tempo passou e aqueles que plantavam o cacau, puderam perceber que este fruto combinava com outras substâncias, além da água, para tornar-se uma bebida agradável. Surgiu então o chocolate amargo, meio amargo, ao leite, o chocolate branco, entre outros que atraem consumidores por todo o planeta.
Chocolate na saúde
A ideia de que este alimento poderia ajudar na saúde humana e ser inserido nas dietas sempre foi motivo de controvérsia. Há quem diga que a fama ruim do chocolate para a saúde está ligada ao preço do produto. Outros afirmam que a história de que chocolate faz bem é lobby da indústria. Afinal, o chocolate faz bem ou mal para a saúde
Chocolate e pele
Chocolate contém flavonoide polifenóis semelhantes às do chá verde. O chocolate amargo rico em flavonoides pode, como extratos de chá verde, modestamente proteger a pele dos danos do sol. Um estudo tcheco recente mostrou que o extrato dos grãos de cacau ja era utilizado na pele pelos povos nativos da America do Sul como fotoprotetor e rejuvenescedor, esses efeitos foram comprovados em estudos recentes.
Acne e chocolate é uma relação que tem sido feita há anos, mas os estudos mais modernos mostram que o vilão nao é o chocolate em si, ja que o cacau pode ser até usado no combate a acne pelo seu efeito anti-inflamatório, os verdadeiros culpados provavelmente são o leite e o açúcar usados na fórmula do chocolate, esses sim podem piorar a acne.
Estudos aprovam o consumo do chocolate, mas com cautela
De acordo com um estudo desenvolvido na Suécia, o consumo de chocolate na porção correta pode diminuir o risco de um infarto do miocárdio e doença isquêmica do coração. Uma outra análise, está feita no Japão, mostrou que as mulheres grávidas ao consumirem uma alta quantia de chocolate, diminuem os riscos de ter diabetes gestacional. Um estudo recente fruto de uma parceria russa e dinamarquesa mostrou que o chocolate amargo tem efeito prebiótico, ou seja melhora a saúde do intestino e pode beneficiar inclusive pessoas obesas, que sabidamente tem muita alteração na flora do intestino.
O que diz a especialista
A Dra Valéria Campos, que é dermatologista pós graduada pela Harvard Medical School com passagem pelo Massachussets General Hospital, especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e autora de dois livros, revela que é possível e até desejável inserir o cacau na dieta para ter uma pele saudável, basta saber como fazer isso.
Segundo a Dra. Valéria, todo cuidado com a pele é essencial e que para isso, você não precisa abdicar de alimentos que tem vontade de comer. “O cuidado com o nosso corpo reflete na nossa pele e já é comprovado cientificamente que o chocolate, sendo ele amargo e com pouco ou sem açúcar, pode trazer diversos benefícios para o nosso corpo” afirma a especialista que, recentemente, postou no Instagram, uma receita de brownie de banana com cacau, “fizemos na clínica para comemorar o dia das mulheres e ficou incrível. Ou seja, nós podemos comer o que temos vontade, basta saber como irá consumi-lo”, disse a dermatologista.
Referências:
3. Wiese M, Bashmakov Y, Chalyk N, Nielsen DS, Krych Ł, Kot W, Klochkov V, Pristensky D, Bandaletova T, Chernyshova M, Kyle N, Petyaev I. Prebiotic Effect of Lycopene and Dark Chocolate on Gut Microbiome with Systemic Changes in Liver Metabolism, Skeletal Muscles and Skin in Moderately Obese Persons. Biomed Res Int. 2019 Jun
*Sobre Dra. Valéria Campos
Dr.ª Valéria Campos é médica dermatologista pós graduada pela Harvard Medical School com passagem pelo Massachussets General Hospital. É especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e autora de dois livros.
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