Hospital vai aumentar em 40% sua capacidade de atendimento. Segundo Daniella Neves, diretora médica da AACD, obra promete agilizar fila do SUS
Ana Beatriz Gonçalves* Publicado em 02/06/2021, às 18h18 - Atualizado em 30/06/2021, às 20h09
Há 28 anos atuando com a especialidade de procedimentos ortopédicos, o Hospital Ortopédico da AACD vai contar com uma obra de expansão que pretende aumentar em 40% a capacidade de atendimento, tanto no sistema público quanto no privado. O Papo de Mãe conversou com a Dra. Daniella Neves, diretora médica da AACD(Associação de Assistência à Criança Deficiente), sobre a novidade.
Localizado na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo, o hospital atende, atualmente, cerca de 85% pacientes de convênios médicos particulares e 15% de pacientes que são redirecionados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Com a obra de expansão, a Dra. afirma que este cenário deve mudar:
Expandindo, vamos conseguir internar mais pacientes da fonte privada, e consequentemente aumentar o número de pacientes do SUS. É algo que está atrelado e para nós, que acreditamos em um modelo de equidade, é importante dar continuidade nos tratamentos dessas pessoas que estão esperando um tratamento digno". (D.N.)
De acordo com a diretora médica, a obra de expensão vai ampliar o atendimento da seguinte maneira:
"É uma expansão física de vários setores", explica a médica.
Com previsão para entrega no início de 2023, a ideia é aumentar o volume cirúrgico e contribuir com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo para reduzir a fila do SUS.
Segundo Daniella Neves, o paciente que precisa de um atendimento na área de ortopedia, que procura uma UBS ou um hospital público, pode ser redirecionado para o hospital de especialidade da AACD. "Quem regula a fila de atendimento e também de cirurgia é o município", completa.
Já nas áreas ambulatoriais da Associação, como consulta e terapia, 70% dos pacientes vem do SUS, e os outros 30% dos convênios particulares. "No hospital ortopédico é ao contrário, porque ele acaba sendo a nossa grande fonte de receita para financiar essa operação".
Em relação à parceria público-privada, a médica conta que o SUS não remunera o suficiente para pagar uma cirurgia de escoliose, por exemplo. Segundo ela, apenas cerca de 10 a 15% do valor é garantido, por isso o atendimento privado é tão importante. "A nossa própria renda vai para favorecer e dar continuidade nos tratamentos do SUS".
Ter um complexo de saúde onde é possível atender o público privado e boa parte dessa renda servir para dar as mesmas condições para o paciente do SUS, é um modelo que deveria ser replicado em todas as insituições. É uma questão da equidade, independentemente da fonte de renda.
É quase impossível falar de AACD e não lembrar da campanha Teleton, tradicionalmente transmitida pela TV, que tem intuito de arrecadar fundos para a Associação que atende crianças e adolescentes com deficiência.
Mas a diretora médica ressalta que além deste público, os centros de atendimentos também recebem adultos. "Você pensa em AACD, logo vem a imagem de crianças, mas não é bem assim. O hospital tem um complexo, centro médico, centro cirúrgico, centro de diagnóstico especializado e centro de terapia, para todas as idades".
Vale ressaltar que o hospital deve continuar sendo de nicho, ou seja, sem pronto-socorro e voltado somente para cirurgias eletivas. "A obra de expansão não vai mudar a característica do hospital. Temos toda infraestrutura e tecnologia para tratar qualquer problema ortopédico de qualquer segmento."
Por conta da pandemia da Covid-19, as cirurgias eletivas no município de São Paulo foram retomadas apenas no mês de agosto. A média, antes deste período, era de 600 a 700 cirurgias mensais. Hoje, segundo a médica, o hospital já realiza mais de 100 cirurgias por mês em pacientes do SUS.
*Ana Beatriz Gonçalves é jornalista e repórter do Papo de Mãe
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