A ginecologista e obstetra Ligia Santos fala de uma situação delicada: HPV na gestação
Redação Papo de Mãe Publicado em 30/03/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h14
HPV é a sigla em inglês do Papiloma Vírus Humano, vírus causador de câncer de colo uterino. Nem todo câncer é hereditário. O de colo de útero, por exemplo, é causado por este vírus. Tem o HPV de alto e o de baixo grau. O de alto grau pode causar o câncer, o de baixo grau provoca verrugas genitais.
É preciso fazer exames para identificar o tipo de vírus.
Se a gestante tiver verrugas, elas tendem a aparecer mais intensamente na gestação, porque a imunidade e as alterações hormonais interferem na saúde da grávida. É possível tratar do HPV durante a gravidez, fazer uma cauterização química ou com aparelho (bisturi elétrico) ou utilizar outro método definido por cada médico.
“Não é porque a mulher tem HPV que ela precisa fazer cesárea”, explica a médica Lígia Santos. Se não houver lesão na vagina, ela pode ter parto normal. Mas se o HPV estiver na vagina, isso pode contaminar o bebê, então o canal de parto da mulher com HPV precisa ser avaliado pelo médico na hora do parto para impedir uma infeção do bebê.
Se a mulher tiver HPV de alto grau, com alteração no colo uterino, o nível precisa ser avaliado para definir se a mulher vai precisar fazer biopsia ou não, mas nada é feito na gravidez, é necessário esperar o nascimento.
A ginecologista e obstetra Ligia Santos explica que se a mulher estiver com câncer no colo do útero, daí vai ficar mais difícil fazer o parto normal. É preciso avaliar o grau do tumor e encaminhar a paciente para um oncologista.
O câncer do colo útero é o terceiro tipo de câncer que mais atinge as mulheres. Por isso, todas as mulheres precisam fazer anualmente o exame de papanicolau, que pode ser feito inclusive na mulher grávida.
A prevenção é fundamental para o diagnóstico precoce, o que salva vidas. As mulheres não podem deixar de fazer o exame de papanicolau. Usar preservativos também é fundamental para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
A vacina contra o HPV é extremamente segura e eficaz. De acordo com Advisory Committee on Vaccine Safety (GAVCS) — órgão internacional que monitora possíveis eventos adversos relacionados a vacinas — não há ocorrências que justifiquem a interrupção ou mudança nas orientações de uso.
A vacina HPV é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por sociedades médicas e está disponível para uso em 133 países. Aqui no Brasil, já foram aplicadas mais de 10 milhões de doses.
É importante destacar que efeitos colaterais são raros e passageiros: dor, sensação de calor, vermelhidão e inchaço no local da injeção, por exemplo. Ou seja, nada diferente do que pode acontecer após a aplicação de outras vacinas.
Saiba por que é importante se vacinar contra o HPV
Assista à explicação completa da Dra. Ligia Santos:
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