INFERTILIDADE – 30 anos do primeiro bebê de proveta brasileiro – O que mudou de lá pra cá?

Roberta Manreza Publicado em 07/10/2014, às 00h00 - Atualizado em 14/10/2014, às 20h21

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7 de outubro de 2014


Há 30 anos nascia o primeiro bebê de proveta no Brasil – a paranaense Anna Paula Caldeira. De lá pra cá, muitos avanços foram conquistados nesta área. O Dr. Paulo Gallo, diretor-médico do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Ora, localizado no Rio de Janeiro, elaborou uma lista com os oito principais avanços das fertilizações in vitro ao longo destes anos.

Evolução do método nos últimos 30 anos

1) No início, as fertilizações in vitro eram feitas com ciclos espontâneos, obtendo apenas um óvulo por mês. Atualmente, com o uso de indutores (gonadotrofinas), conseguimos numerosos óvulos em cada tratamento, aumentando muito as chances de sucesso.

2) Perdíamos muitos ciclos pelo risco da ovulação espontânea ocorrer antes da captura do óvulo. Com o uso dos análogos do GnRH, impedimos que ocorra a ovulação espontânea antes da captação dos óvulos.

3) A captura dos óvulos se dava por meio de procedimento cirúrgico (laparoscopia). Atualmente, o procedimento é ambulatorial e a captação oocitária é efetuada através de ultrassonografia transvaginal sob sedação.

4) O desenvolvimento de incubadoras e meios de cultura de melhor qualidade possibilitaram mantermos os embriões em cultivo até o 6º dia de evolução, permitindo uma melhor avaliação e seleção dos embriões. Desta maneira, podemos transferir um menor número de embriões (um ou dois de cada vez), aumentando as chances de gravidez e reduzindo os riscos de gestações múltiplas (trigêmeos, quadrigêmeos, quíntuplos, etc). As gestações múltiplas aumentam o risco de prematuridade, morte e sequelas fetais. No início da fertilização in vitro, os embriões eram transferidos no dia seguinte à fertilização, sem sabermos da qualidade e das chances destes embriões. Desta maneira, eram efetuadas transferências múltiplas (três, quatro ou cinco embriões), aumentando muito o risco de gestação múltipla.

5) Há 30 anos, só era feita a fertilização in vitro convencional: colocávamos os óvulos e os espermatozoides em uma placa com meio de cultura. Esta placa era colocada em incubadoras aquecidas, de maneira que a fertilização ocorreria espontaneamente. Em cerca de 7% das vezes havia falha de fertilização. Além disso, era necessário um número mínimo de 100 mil espermatozoides vivos e móveis para cada óvulo. Dessa maneira, os casais com fator masculino severo não eram beneficiados pela FIV. Com o desenvolvimento da ICSI – técnica em que o espermatozoide é injetado dentro do óvulo –, tornou-se necessário apenas um espermatozoide para fertilizar cada óvulo, permitindo o tratamento de inúmeros casais.

6) O desenvolvimento das técnicas de congelamento de espermatozoides, óvulos e embriões permitiu a preservação da fertilidade para homens e mulheres que não podem engravidar imediatamente ou para aqueles que são submetidos a tratamentos oncológicos (radio e quimioterapia).

7) A FIV permite também a gravidez segura para casais soro-discordantes (portadores de HIV e Hepatite, principalmente).

8) O desenvolvimento das técnicas de biópsia dos embriões trouxe mais segurança a casais com idade avançada feminina ou com doenças cromossômicas ou gênicas, evitando a transmissão de algumas doenças para a prole.

Fonte: Assessoria Dona Comunicação

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