Roberta Manreza Publicado em 13/01/2017, às 00h00
Por Mariana Kotscho*,
Minha filha não consegue abrir a garrafa de água e o irmão mais novo se oferece para abrir.
Ela fica brava e diz: não precisa, seu machista.
Eu explico que ele estava apenas querendo ajudar, sendo educado.
Explico que machismo é uma coisa e educação, gentileza, é outra.
Temos que pontuar nossas crianças.
E muito cuidado para não generalizar.
Tenho meninas e menino em casa. A responsabilidade para criar filhos sem preconceitos e bem educados é enorme. Não quero um filho machista e jamais admitiria isso. Também não quero uma filha que não aceite uma gentileza – vinda do irmão ou da irmã, ou seja lá de quem for. Ainda mais numa época em que a gentileza anda tão em falta!
Em resumo, tento explicar aos meus filhos o seguinte (já que eles falam tanto sobre isso e querem entender, aprender):
O machismo é um horror, desnecessário, e impõe uma superioridade do homem que gera preconceito e violência contra a mulher (aliás tenho no FB um grupo de apoio a vitimas de violência doméstica). Obs: se ele é mais forte para abrir uma lata de tomates isso não é machismo, é uma questão de força física que, em geral é maior nos homens. Isso é fato. (Inclusive, por isso tantas mulheres são vítimas da violência doméstica. Neste momento os homens se valem da força física. Mas ela deveria ser usada apenas em situações de gentileza, certo? Só este já é outro assunto)
O feminismo é necessário e pressupõe uma igualdade de gêneros. Igualdade de deveres e de direitos. Necessário para garantir a igualdade no ambiente de trabalho (por que os homens ainda ganham mais?), em casa (por que a maioria das tarefas domésticas ainda fica com as mulheres?), na rua e por aí vai….
Importante ressaltar as palavras MACHISMO/SUPEIORIDADE e FEMINISMO/IGUALDADE.
Feminismo não quer disputar para ver quem é melhor. Não queremos deflagras uma guerra. Apenas acabar com o machismo.
Quando não houver mais machismo talvez o feminismo não seja necessário. Mas acho que esta análise fica para os estudiosos no assunto.
Sou apenas uma mãe tentando ajudar os filhos a crescerem neste mundo maluco. E eu ainda inventei de ter 3…
Bom, poderia escrever páginas e páginas. Mas eu disse que era um resumo
(Sei que tem gente que nem vai ler direito o que eu escrevi, mas vai dar opinião aqui e ainda é capaz de dizer que estou sendo machista
*Mariana Kotscho é mãe, jornalista e apresentadora do Programa Papo de Mãe da TV Cultura.