Mariana Kotscho Publicado em 14/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h31
Por Política é a Mãe.
“Neste domingo exerça o poder do seu voto e vote em mulheres mães.”
Maternidade e política parecia ser, até pouco tempo atrás, uma mistura impossível, como se uma fosse água e a outra, óleo. Até porque a política tornou-se sinônimo de palavrão, corrupção, sujeira. Nada mais distante da forma como pensamos a maternidade.
Isso fica claro nos números. As mulheres são mais da metade da população e quase não estamos representadas na política. Nas últimas eleições municipais, em 2016, os brasileiros escolheram 50 mil vereadores homens e somente 7.811 vereadoras mulheres. Em 2018 as mulheres eram 52,50% do eleitorado e apenas 16% dos eleitos. (fonte TSE).
E por que é tão importante ter mais mulheres na política? As mulheres e as mulheres mães têm experiências de vida distintas dos homens e isso impacta a forma como vemos o mundo e como pensamos a cidadania. A violência sofrida pelas mulheres é diferente da que atinge aos homens. Nós somos vítimas do machismo, feminicídio. Sofremos assédio sexual e moral nos nossos trabalhos, no transporte público, na rua. Estatisticamente estudamos mais e ganhamos menos do que os homens ao realizar o mesmo trabalho. Somos as principais responsáveis pelo cuidado: da casa, de bebês, crianças, doentes, pessoas com deficiência, idosos.
Essas experiências nos ajudam a ter um olhar mais sensível para algumas necessidades políticas que diferem muito daqueles que estão no poder. É mais urgente para as mulheres pensar em transporte público seguro e acessível, iluminação pública das ruas, em oferta universal de creches, na melhoria das Unidades Básicas de Saúde, de auxílio no cuidado de doentes, em cumprimento das leis protetivas contra violência doméstica. A nossa vivência é fundamental para pensar em uma cidade, estado e país que seja digno e justo para todas as pessoas.
Por isso é importante que as mulheres e as mulheres mães ocupem espaços de decisão de poder. E exerçam seu direito ao voto tendo em mente essas questões. Mas se antes era quase impossível ter mulheres na política hoje podemos ter esperança. As coisas estão começando a mudar.
Nesta eleição municipal percebemos que mães e política estão cada vez mais de mãos dadas. Basta ver o surpreendente número de mães na disputa eleitoral deste domingo.
Nosso coletivo, o Política é a Mãe fez um levantamento de mães candidatas — com agenda progressista, laica e pró maternidades e infâncias — e comemoramos o resultado. Foram, até agora, 40 candidatas indicadas em todas as regiões do país, sendo 33 a vereadora e 7 a prefeita. Você pode ver o levantamento no nosso instagram.
Se precisar de mais argumentos para neste domingo votar em mulheres e mulheres mães, te damos mais 7 motivos:
E não se esqueça, há muitas maternidades e formas de ser mulher mãe. Mulheres mães negras, indígenas, com deficiência, periféricas, quilombolas, lgbtqi+, mães solo. Cada um destes recortes torna a experiência de ser mãe ainda mais singular e importante de ser levada em conta. A maternidade não é uma experiência única. Por mais mães, com toda sua diversidade, na política!
Quem somos:
Política é a Mãe é um coletivo em movimento de mães que entendem o seu papel político e potência de transformação. Falamos sobre política, feminismo, maternidades, infâncias e cuidado. Acreditamos que a maternidade é múltipla e diversa. E que todas as vozes importam.
Nosso mãenifesto:
Somos mães.
Somos 67 milhões de mulheres mães no Brasil.
Somos 32% da população deste país.
Somos responsáveis pela vida dos outros 68%.
Somos seres políticos. E nossa voz será ouvida.