Conheça a origem e a história do jogo de xadrez e o que ele pode oferecer de bom para o desenvolvimento
César Luís de Matos* Publicado em 06/05/2022, às 06h00
O Xadrez é um jogo tão antigo que, durante todos os anos de sua existência, várias foram as histórias associadas à sua origem. Uma das mais conhecidas se passa na Índia, onde o único filho do poderoso rajá foi morto em uma sangrenta batalha. O rajá entrou em depressão e nunca havia conseguido superar a perda do
filho.
Vendo a situação do rei, um brâmane chamado Lahur Sessa, certo dia foi até o rei e lhe apresentou um tabuleiro contendo 64 quadrados, brancos e pretos, além de diversas peças que representavam fielmente as tropas do seu exército, a infantaria, a cavalaria, os carros de combate, os condutores de elefantes, o principal
vizir e o próprio rajá.
O sacerdote disse ao rajá que tal jogo poderia acalmar seu espírito e que sem dúvida alguma, iria curar-se da depressão. De fato, tudo o que o brâmane disse acontecera, e o rajá voltou a conduzir seu reino a prosperidade.
Como recompensa, o brâmane foi agraciado com a oportunidade de pedir o que quisesse. Ele recusou tal oferta, pois achava que não fosse merecedor de tal proposta, mas mediante insistência do rajá, ele fez um pedido. O brâmane pediu simplesmente um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta e assim sucessivamente até a última casa. O rajá chegou
a achar graça, tamanha a ingenuidade do pedido.
Entretanto, o humilde pedido do brâmane não era tão humilde assim. Após fazerem vários cálculos de quanto trigo eles teriam que dar para ele, descobriram que seria necessária toda a safra do reino por incríveis dois mil anos para atender ao pedido do sacerdote. Impressionado com a inteligência do brâmane, o rajá o convidou para ser o principal vizir (espécie de ministro, conselheiro do rajá) do reino, sendo perdoado por
Sessa de sua grande dívida em trigo.
Minha experiência com o Xadrez começou na primeira infância, tinha 4 ou 5 anos quando minha mãe nos ensinou (eu e meu irmão) as regras do jogo, usando um bonito xadrez de madeira que tinha em casa, e a partir daí virou nosso jogo de tabuleiro favorito! Lembro quando começaram as aulas de educação física e o professor trouxe o jogo as aulas, eu falei que sabia jogar e então ele me colocou para jogar contra ele, para
servir como exemplo aos alunos de como seria uma partida, e para seu espanto e surpresa rapidamente ele levou um xeque mate. Durante vários anos esse professor tentou vencer uma partida contra mim, porém mesmo eu com 7 anos de idade ele nunca conseguiu.
Mas esse professor foi um grande incentivador da minha jornada no Xadrez, me levando a participar (e ganhar...) vários campeonatos, tornando o Xadrez uma parte importante da minha infância, e do meu crescimento, emocional e intelectual.
Com a chegada da vida adulta o Xadrez acabou ficando de lado e, ante outros desafios e prioridades acabou sendo quase esquecido. Porém novamente o destino colocou esse jogo no meu caminho, me tornei professor de matemática e passei a usar o Xadrez como um poderoso aliado para desenvolver nos meus alunos importantes habilidades sociais e cognitivas como: criatividade, concentração, socialização e espírito
desportivo, desenvolver iniciativa para tomar decisões, disciplina e maturidade intelectual, desenvolvimento do raciocínio lógico e aumento da velocidade de pensamento.
Após alguns anos trabalhando e observando a evolução de vários alunos, posso afirmar com certeza que a prática do Xadrez, juntamente com outras atividades que estimulam o raciocínio, concentração e socialização das crianças, constituem um poderoso aliado para tirar as crianças da rotina de isolamento diante das telas e jogos eletrônicos e proporcionar ganhos cognitivos que irão perdurar por toda vida!
*César Luiz de Matos é licenciado em Matemática e Pedagogia, pós-graduado em Psicopedagogia, MBA em Engenharia de Qualidade e Gestão de Negócios, e atua há 30 anos como professor e consultor.
Instagram: @papodemaeoficial l Twitter: @papodemae l Facebook
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