Mônica Santos: a história da atleta paralímpica que perdeu o movimento das pernas para poder carregar a filha nos braços. Papo de Mãe mostra vida de mães que superaram limites.  

Roberta Manreza Publicado em 05/09/2016, às 00h00 - Atualizado às 11h43

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5 de setembro de 2016


Clarissa Meyer

A vida é feita de escolhas. E no caso da atleta paralímpica Mônica Santos, uma delas teve um impacto determinante no seu futuro. Ao se descobrir grávida aos 18 anos, Mônica não imaginava que junto com a alegria da gravidez viria também o maior desafio da sua vida: a descoberta um angioma medular.

Aconselhada pelos médicos a interromper a gestação – o angioma poderia pressionar a medula e lhe deixar tetraplégica – , a gaúcha de Santo Antônio da Patrulha, preferiu assumir o risco e dar continuidade ao sonho de ser mãe. A decisão lhe custou a perda do movimento das pernas, mas também lhe deu Paolla, hoje com 13 anos, sua maior alegria e fonte de inspiração.

Mônica e a filha Paolla, hoje com 13 anos. (Foto: Daniela Battastini, DaniBat Fotografia, Divulgação)

“Me tornei cadeirante em 2002 por opção. Eu estava com dois meses de gestação quando tive um angioma medular e optei por ter a neném e ficar paraplégica. Não foi uma questão religiosa. Foi uma questão humana. Acho que, se cada um tivesse um pouquinho mais de humanização, o país estaria bem melhor. No momento eu nem pensava em ser contra aborto ou a favor. O fato é que eu queria ter um bebê, ali era uma vida, e eu não queria tirar aquela vida. Acho que era um ser humano desde o momento que estava ali batendo o coraçãozinho”.

Apesar da nova condição, Mônica, que já foi jogadora de futebol, não desistiu dos esportes. Antes de chegar na esgrima, modalidade pela qual é considerada uma das favoritas ao ouro, ela passou por outras modalidades adaptadas como natação, tênis de mesa, basquete e tiro esportivo. Mas foi após conhecer Jovane Guissone, o primeiro campeão paralímpico do Brasil na esgrima (espada categoria B em Londres 2012), que sua vida de atleta deslanchou. Em um ano foi convocada para a seleção brasileira permanente e logo firmou-se como principal atleta feminina do país. Dentre inúmeros títulos já conquistados, atualmente ela é a 19ª do ranking mundial do florete categoria A.

Os Jogos Paralímpicos do Rio começam no próximo dia 7 de setembro. A esgrima em cadeira de rodas terá competições de 12 a 16 de setembro, sempre na Arena Carioca 3.

Foto: Mateus Bruxel

A história pessoal de Mônica é inspiradora, uma verdadeira lição de vida, onde o sonho de ser mãe falou mais alto que tudo. O Papo de Mãe já fez alguns programas contando a vida de mulheres que também fizeram de tudo para se tornarem mães, além de programas sobre a vida de mães cadeirantes, histórias de superação e aborto. São todos exemplos de muita fé, superação de limites e amor incondicional. Vale conferir.

*Com informações do Globoesporte.com




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