Dra. Mariana Fonseca, é médica de família e integra a Equipe Halo, projeto Verificado da ONU.
Redação Papo de Mãe Publicado em 19/05/2022, às 17h09 - Atualizado às 18h00
Desde que foi instituído em 2010, o Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade é comemorado todo ano em 19 de maio. O tema deste ano, “Sempre Perto Para Cuidar”, não poderia resumir melhor a especialidade: a única que acompanha o paciente por todos os estágios da vida, dentro da sua comunidade, fornecendo um cuidado centrado na pessoa e garantindo o direito fundamental de acesso à saúde.
O médico de família (MFC) é aquele que trabalha na Unidade Básica de Saúde (UBS), Clínica da Família ou o famoso “postinho”. Mas ele não atua sozinho: a equipe de Saúde da Família é composta também por enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Além deles, também pode haver dentista e técnico de saúde bucal. Essa equipe é responsável por acompanhar a população de um território, desde gestantes e crianças até idosos e pessoas em cuidados de fim de vida.
Muita gente pensa que a UBS só serve para fazer encaminhamento para outras especialidades, mas isso está longe de ser verdade. Cerca de 90% das demandas em saúde podem ser resolvidas no postinho, desde que haja profissionais capacitados e estrutura adequada. O MFC e o enfermeiro de família são treinados para fazer acompanhamento de bebês e crianças, de gestantes e de pessoas com doenças crônicas como hipertensos, diabéticos e asmáticos. Além disso, na UBS também se pode participar de grupos como para cessação de tabagismo ou planejamento familiar. É possível inclusive fazer inserção de DIU e pequenos procedimentos como remoção de lesões de pele de unha encravada.
Infelizmente no Brasil ainda estamos longe de ter o número necessário de profissionais capacitados em saúde da família para atender toda a nossa população. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade calcula que há um déficit de mais de 60 mil MFC no país. E além disso, falta em muitos municípios investimento em infraestrutura das unidades para que os profissionais existentes possam desempenhar todas as suas funções.
Nunca ficou tão evidente a importância da MFC quanto nos últimos 2 anos. Durante a pandemia de Covid muito se falou sobre leitos hospitalares e internações em UTI e sem dúvida estes serviços foram fundamentais para salvar muitas vidas. Mas se houve de fato uma “linha de frente” no combate à Covid foi a equipe de saúde da família. Foi na UBS que a maioria esmagadora das pessoas com sintomas foi atendida, testada, aconselhada e, quando necessário, removida para o hospital. Foram os postinhos do Brasil que garantiram a rápida imunização de todos quando a vacina finalmente chegou.
Então que neste 19 de maio celebremos a MFC e os profissionais que nela atuam, mas também não esqueçamos do quanto é necessário avançar ainda para que o acesso à saúde seja garantido de fato a todos os brasileiros.
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