O que é ser pai?

Roberta Manreza Publicado em 12/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 18h53

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12 de agosto de 2017


Mariana, Carolina, Ricardo e Mara

Por Ricardo Kotscho*, jornalista

“Pais e filhos aprendem a sê-los juntos e se ensinam reciprocamente _ o pai ensina ao filho ao mesmo tempo que o filho vai ensinando o pai a ser pai. A própria relação faz com que um mude o outro” (Mario Sergio Cortella, filósofo e educador).

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Posso dizer que, a caminho dos 70 e cinco vezes avô, ainda estou aprendendo.

É perfeita essa definição do Cortella, pai de três filhos, um sábio popular, de quem sou fã e amigo, sobre esta relação que faz um mudar o outro a vida inteira.

Não sei se consegui ensinar alguma coisa às minhas filhas, Mariana e Carolina, hoje duas jovens senhoras, mas elas certamente me ensinaram muito, e continuam até hoje tentando me consertar, o que certamente não é tarefa fácil.

Durante a maior parte da minha carreira de repórter, passei a vida viajando a trabalho pelo Brasil e pelo mundo, de tal forma que fui um pai muito ausente e elas foram criadas e educadas pela mãe, a Santa Marinha, como a chamam os amigos.

Foi até bom para elas, dirão vocês, mas não me sinto culpado, pois aproveitei bem o tempo que passamos juntos, numa relação mais de amizade e afeto, mais brincando do que falando sério como se espera de um pai de almanaque. Na verdade, mais ouvia do que falava, porque elas não deixavam…

Quando fui ver, as meninas já estavam grandes, ganhando a vida, tendo filhos, tocando suas carreiras muito bem-sucedidas, no jornalismo e no cinema, independentemente da minha vontade. Acreditem se quiser, mas as duas nunca me deram trabalho nem preocupações, só alegrias.

Se muito não ajudei, pelo menos não as atrapalhei, até porque, nunca seguiram meus conselhos.

Sei que meu exemplo não serve para ninguém, mas é assim que sinto “o que é ser pai?”, a pergunta que me foi feita pela Mariana para responder no seu “Papo de Mãe” neste dia dedicado a nós, eternos aprendizes.

Nunca tinha pensado nem refletido sobre isso antes, nada foi planejado. As coisas foram acontecendo naturalmente nas nossas vidas, e o que sinto hoje é um imenso orgulho destas duas mulheres, muito mais talentosas, ousadas e corajosas do que o pai _ uma prova da evolução da espécie, como as costumo apresentar aos amigos.

Ricardo, Laura, João, Isabel, André, Mara e Olga

Deus foi muito bom comigo pelas maravilhosas filhas e belos netos (Laura, João, Isabel, André e Olguinha, pela ordem) que me deu, graças à Marinha.

Não posso reclamar da vida, só agradecer.

Vida que segue.

Dia dos Pais, agosto de 2017.

http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/

*Ricardo Kotscho é comentarista político do  do Jornal da Record News e blogueiro do R7 desde 2011.




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