OMS alerta: obesidade infantil aumentou 10 vezes nos últimos 40 anos

Roberta Manreza Publicado em 16/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h41

-
16 de outubro de 2017


Endocrinologista ressalta a importância de buscar orientação médica antes dos 12 anos, já que na puberdade se determina a estrutura física básica do ser humano para o resto da vida
Os números são alarmantes. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, há 124 milhões de crianças obesas no mundo. Em 1975 eram 11 milhões. No Brasil, cerca de 50% das crianças estão acima do peso. Há 40 anos era uma criança obesa a cada 100, hoje são 10 meninas e 8 meninos. Números que mostram a extensão dessa realidade, crianças com tendências a serem adultos obesos.
Ainda de acordo com a OMS, a obesidade já é considerada como doença, e os reflexos são: elevação dos níveis de colesterol, desencadeando doenças coronarianas e levando à morte prematura; diabetes tipo 2 com suas sérias complicações; desgastes ósseos; problemas de auto-estima e até depressão, uma outra “epidemia mundial”.
Segundo Dr. Fabiano Lago, endocrinologista do Spa Estância do Lago e um dos especialistas mais conceituados em emagrecimento no País, a criança obesa sofre preconceito e bullying, tende a se isolar, ter baixa auto-estima, muitas vezes descontando a tristeza na comida. Ela deixa de praticar esportes, de sair e, como sedentária, só faz aumentar ainda mais o peso. Outro dado importante é que a criança magra até os 7 anos não será necessariamente um adulto magro e vice-versa. O pequeno com sobrepeso pode não ser um adulto obeso. “Na puberdade é quando se determina a estrutura física básica que carregamos o resto da vida”, comenta o endocrinologista.
O médico explica que o ideal é fazer com que as crianças estejam no peso saudável até os 11 ou 12 anos, início da puberdade. “Nessa fase do estirão do crescimento, os hormônios estão orquestrados para a multiplicação celular. Se ao entrar na puberdade a criança permanecer com excesso de peso, os hormônios fazem com que ela multiplique muito o número das células de gordura, levando à temida obesidade hiperplásica, ou seja, promovendo um excesso de bilhões de células de gordura, aumentando muito o risco de obesidade mórbida na vida adulta”.
Dr. Fabiano indica maneiras especiais para tratar a criança e o jovem obeso e ressalta a importância do envolvimento de toda a família. “Eu me torno amigo dos meus pequenos pacientes em fase de reeducação alimentar, e não alguém que impõe um sofrimento. Os pais precisam estar engajados no tratamento, evitando o termo dieta, falando em alimentação saudável para toda a família, mudando apenas um hábito por consulta, facilitando assim o processo de mudança”.
 Diminuindo um pouco o uso de vídeo games, o hábito de ficar horas em redes sociais e celulares, e estimulando a prática de exercícios prazerosos e de forma lúdica, é possível alcançar excelentes resultados, segundo o Dr. Fabiano Lago.
SPA Estância do Lago
www.estanciadolago.com.br



adolescentes.obesidade