A ONU informou nesta sexta-feira (4) que as necessidades de realocação para os refugiados que estão chegando à Europa se elevam até 200.000, e que o fracasso do continente em dar uma resposta comum a esta crise beneficiou às redes de traficantes de pessoas.
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“Uma estimativa muito preliminar indica que potencialmente será necessário aumentar as vagas de realocação até 200.000”, afirmou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), António Guterres.
Na linha da posição comum anunciada na quinta (3) por França e Alemanha, o alto responsável declarou que todos os países da União Europeia (UE) devem ter “uma participação obrigatória” no programa de realocação em massa, do qual devem beneficiar-se todos aqueles que precisam de proteção internacional. “A solidariedade não pode ser responsabilidade apenas de alguns poucos membros da UE”, comentou Guterres.
Alemanha e França estão finalizando uma proposta comum que apresentarão nos próximos dias às instâncias europeias para a instauração de um sistema de cotas de acolhida de refugiados no qual participem de forma obrigatória todos os países do bloco.
Os países mais afetados pela crise migratória são, por uma parte, Itália e Grécia, que atuam como portas de entrada da UE após o cruzamento do Mediterrâneo, e Alemanha, Áustria e Suécia, os principais países de destino dos refugiados.
A esse respeito, Guterres ressaltou que “nenhum país pode negar-se a fazer sua parte” e considerou que os desacordos no seio da UE frente a esta crise eram esperados. “Não é surpreendente que, quando um sistema está desequilibrado e é disfuncional, tudo se bloqueie quando a pressão sobe”, comentou.
O chefe da Acnur destacou que um programa coerente de realocação para refugiados deve ir acompanhado de capacidades adequadas de recepção, particularmente na Grécia.
Além disso, a ONU considerou que a UE deve preparar-se para, com o consentimento prévio dos países afetados – neste caso, Grécia, Itália e Hungria -, colaborar na recepção, assistência e registro de pessoas que solicitem asilo.
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