22 de fevereiro de 2011
Olá!
Apesar de parecer coisa do passado e de ser considerado crime, o racismo ainda existe e faz muita gente sofrer. Foi o que constatamos neste último domingo ouvindo as histórias de nossos convidados, como a de dona Maria Aparecida, que teve o filho, Alexandre, assassinado na porta de casa após ter sido abordado e imobilizado por 4 policiais. Alexandre era negro, tinha 25 anos e trabalhava como motoboy. Morreu de forma injusta e inexplicável, deixando mulher e filho – um menino de apenas 4 anos.
O caso do filho de dona Maria Aparecida não é o único. Segundo um levantamento feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com base em dados do Sistema Único de Saúde de 2006 e 2007, o número de negros assassinados no Brasil é duas vezes maior do que o número de brancos.
Desde muito cedo, as pessoas de origem negra já sentem os efeitos do preconceito e da discriminação. De acordo com uma pesquisa da UNESCO feita em 2007, o racismo é capaz de afetar o desempenho escolar dos brasileiros. Tanto é que a média de alunos brancos no terceiro ano do ensino médio foi 22,4 pontos mais alta se comparada à média de alunos negros.
Além disto, segundo o IBGE, o número de brancos no ensino superior no Brasil ainda é o dobro do número de negros. Em geral, os brancos têm mais acesso à educação em todos os níveis. As desigualdades se apresentam desde o analfabetismo, passando pelo número de anos estudados e, por fim, chegando ao ensino superior.
O racismo é abominável, tal como qualquer outro tipo de preconceito. Qualquer mínimo ato de discriminação precisa e deve ser combatido. As pessoas precisam ter seus direitos respeitados e não serem simplesmente rotuladas e julgadas de acordo com sua raça, cor, aparência, orientação sexual, classe social ou religião.
Felizmente, existem movimentos e entidades bem estruturadas que lutam pelos direitos dos negros no Brasil. A Faculdade Zumbi dos Palmares é um exemplo, e a nossa repórter Rosângela Santos foi até lá para conhecer esta instituição, cuja missão é a inclusão de afrodescendentes no ensino superior, viabilizando a integração de negros e não negros em ambientes favoráveis à discussão da diversidade social, no contexto da realidade nacional e internacional.
Outro belo exemplo é o trabalho da
UNEAFRO, movimento o qual se organiza em núcleos de atuação em diversas áreas. Um dos trabalhos mais conhecido são os cursinhos pré-vestibulares comunitários que atendem jovens e adultos oriundos de escolas públicas, prioritariamente negros/as, que sonham em ingressar no Ensino Superior e preparar-se para o ENEM ou Concursos Públicos.
Enfim, a gente percebe que com esforço e perseverança é possível começar a mudar a maneira de pensar das pessoas, embora este seja um processo lento. E foi para ajudar neste movimento que fizemos questão de gravar um programa sobre este tema. Não é possível que em pleno século 21 as pessoas continuem com mentalidade ultrapassada. Basta olhar para trás e ver a História! Racismo é falta de cultura, falta de respeito com o próximo. Racismo é crime. Sinceramente, esperamos que este programa tenha servido pelo menos como um alerta…
E para quem ficou interessado nas lindas bonecas mostradas na reportagem de Mariana Verdelho aqui vai o site para vocês darem uma conferida: http://www.pretapretinha.com.br/.
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DICA DE LEITURA