Por que meu filho ainda não fala?

Ao colocar nossos filhos na escola, inevitavelmente, nós pais começamos a comparar os pequenos. É obvio que encontraremos inúmeras diferenças entre eles, tanto no seu desenvolvimento, como nas aptidões de cada um. A fala, em geral, será o que nos gera mais ansiedade, no segundo ano de vida.

Roberta Manreza Publicado em 15/01/2018, às 00h00

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15 de janeiro de 2018


Por Mira Wajntal*, psicanalista

Ao colocar nossos filhos na escola, inevitavelmente, nós pais começamos a comparar os pequenos. É obvio que encontraremos inúmeras diferenças entre eles, tanto no seu desenvolvimento, como nas aptidões de cada um. A fala, em geral, será o que nos gera mais ansiedade, no segundo ano de vida.

É sempre bom lembrar que cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento e, surpreendentemente, algumas crianças estão cada vez mais precoces. Esta precocidade não invalida que as primeiras palavras com significado sejam esperadas até os dois anos. O fato de uma criança não iniciar cedo a fala também não significa que terá outras aquisições tardias. Mas a ansiedade dos pais em torno do problema pode, sim, deixar suas marcas.

Cabe aqui ressaltar que no segundo ano de vida, o mais importante é que a criança faça uso da linguagem, isto é, que determinados sons e sinais tenham mesmo valor de comunicação e sejam compreendidos pelos familiares que com ele convivem.

Desde o nascimento os pais devem conversar com os filhos. Pode parecer esquisito para quem não está acostumado com bebês, mas os pais travam grandes conversações com seus bebês, respondem por eles, supondo que os filhos sejam bons interlocutores, abrindo-lhes, assim, um mundo de desejos e projetos. Isto é um jogo importante e necessário para que depois, ao entrar no segundo ano de vida, o bebê venha a falar.

Durante o segundo ano de vida, espera-se que a criança faça uso da voz para se comunicar, goste de ouvir música e de brincadeiras rítmicas. Atenda pelo seu nome quando chamada e tenha interesse por crianças da mesma idade.

O primeiro fator a ser descartado no atraso da fala seria uma perda auditiva. Mas devemos nos ater, também, aos fatores emocionais e de relacionamento.

No cotidiano, a melhor sugestão que podemos dar é: converse bastante com a criança, estimule-a a responder. Não corrija sua fala, apenas repita o que ela está tentando lhe dizer da forma correta, sem expressar reprovação, incluindo a pronúncia correta, naturalmente, no diálogo. Não tente antecipar tudo para o filho, sem lhe dar a oportunidade de se expressar. Brincadeiras musicais serão sempre bem-vindas!

Falar e brincar com a criança é sempre muito importante! Mas não se esqueça – o melhor é que estes momentos sejam de muito prazer!

*Mira Wajntal  é Psicanalista, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Membro do departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiaes. Autora do livro “Uma Clínica para a Construção do Corpo”, Via Lettera, SP, 2004. Organizadora “Clínica com crianças: enlaces e desenlaces”, Casa do Psicólogo, SP, 2008.

e-mail: mira.wajntal@gmail.com 




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