Problemas de visão e o desempenho escolar de crianças

Esforço para ler contraindo os olhos ou franzindo a testa e constantes queixas de dor de cabeça podem indicar alterações na vista.

Roberta Manreza Publicado em 23/02/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h17

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23 de fevereiro de 2018


Por  Rodolfo Paulo, oftalmologista

Esforço para ler contraindo os olhos ou franzindo a testa e constantes queixas de dor de cabeça podem indicar alterações na vista

O teste do olhinho está entre os principais exames a serem realizados após o nascimento das crianças. Por meio dele é possível identificar e, se for o caso, tratar precocemente alterações na visão. A partir de então, a recomendação médica é que os pais levem regularmente o filho ao oftalmologista.
Quando não há acompanhamento médico e surgem problemas de vista, uma das principais áreas afetadas com a dificuldade de enxergar é o aprendizado escolar. O desempenho das crianças é comprometido, gerando desinteresse e pouco aproveitamento das aulas. Neste espaço, o professor pode ser um grande aliado dos pais na hora de avaliar a perspectiva de visão dos pequenos. Se o educador notar que a criança faz esforço para ler contraindo os olhos ou franzindo a testa e faz constantes queixas de dor de cabeça.
Na idade escolar, os problemas de visão mais comuns são, além das conjuntivites, os problemas refracionais como miopia, hipermetropia e astigmatismo. “Quanto antes o diagnóstico mais fácil o tratamento e em alguns casos reverter futuros problemas. A criança poderá ter um déficit importante no desenvolvimento por não enxergar bem. Esse fato infelizmente influenciará muito no futuro do indivíduo”, explica o oftalmologista Rodolfo Paulo, do CBV Hospital de Olhos.
As alterações na vista vão além da sala de aula e podem refletir diretamente na rotina dos pequenos. “Os pais devem estar atentos ao desenvolvimento das crianças, a relação com as pessoas e o ambiente. Não é normal a criança que que cai muito, se bate nos objetos”, exemplifica o médico.
Sobre o uso de óculos e a resistência de alguns pequenos em usá-lo, o médico diz ser uma situação fácil de converter já que a própria criança ao passar a enxergar melhor geralmente não irá querer ficar sem utiliza-lo. “Em alguns casos os próprios pais têm preconceito com o uso dos óculos. Quando necessário, eles devem incentivar o filho a usar sempre, além de fazer o retorno de acordo com a orientação do seu médico oftalmologista”, alerta o oftalmologista.
Ainda segundo o médico, em alguns casos, mais na fase da adolescência, os pais enfrentam uma dificuldade em relação a aceitação do uso dos óculos. A dica é que com muita conversa e exposição da importância do uso, se consiga um consenso. Os pais devem ter em mente a importância do uso dos óculos para o futuro dos seus filhos.
Outros sinais mais evidentes de que algo pode estar errado com a visão das crianças: olhos vermelhos e inchados, secreções e coceiras. “Sintomas como estes podem indicar desde a Síndrome do olho seco até os diversos tipos de conjuntivite”, acrescenta Rodolfo que orienta a avaliação médica quando surgir qualquer alteração na região dos olhos.



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