Quarentena pode ser uma oportunidade para restabelecer hábitos saudáveis

Segundo dados divulgados pela Organização Internacional World Obesity, atualmente cerca de 158 milhões de crianças entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões em 2030 em todo o mundo. A obesidade infantil já é considerada uma epidemia mundial.

Roberta Manreza Publicado em 22/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h28

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22 de maio de 2020


Por Dra. Lorena Lima*, endocrinologia

Rotina alimentar e atividade física no combate da obesidade infantil

Segundo dados divulgados pela Organização Internacional World Obesity, atualmente cerca de 158 milhões de crianças entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões em 2030 em todo o mundo. A obesidade infantil já é considerada uma epidemia mundial.

Além dos fatores genéticos, responsáveis por 70% das causas da obesidade, há também o estilo de vida da criança. As telas dos smartphones e o vídeo games aliados à baixa qualidade nutricional dos alimentos consumidos pelas crianças e falta de exercícios físicos contribuem para que a obesidade infantil atinja patamares assustadores.

A endocrinologista Dra. Lorena Lima ressalta que a família precisa ser o grande elo para a quebra crescente da obesidade entre as crianças. “Não é proibir, mas colocar limites para ficar na frente da televisão e celulares. Arrumar atividades com a criança que gastem energia, como andar de skate, brincar de pega-pega, o que fazíamos na nossa época de infância”, lembra a especialista.

Outro ponto que a Dra. Lorena enfatiza é a questão alimentar. Salgadinhos, muito doce, tudo isso é prejudicial. É preciso oferecer frutas, folhas verdes, legumes. É uma troca, nem sempre muito bem vista pela criança, mas que aos poucos faz toda a diferença na qualidade de vida. E muito importante: a família deve dar o exemplo e se comprometer a seguir a mesma alimentação, já que crianças seguem exemplos”, explica a médica.

Quarentena – Com a pandemia de covid-19, atividade física e alimentação saudável podem até parecer metas impossíveis. Porém pode ser uma boa oportunidade de criar novos hábitos. “Para muitos pais que estão em home office, esse pode ser um momento ideal para se aproximar da criança e criar hábitos saudáveis e, consequentemente, estreitar o relacionamento de parceria e confiança”, conta Dra. Lorena.

Dicas da Dra. Lorena Amato:

Criança precisa de rotina, inclusive na hora de comer. Horários estabelecidos para as refeições, que ajudam a diminuir a chance de escapar e comer aquele salgadinho.

– Até para beber água é importante ter uma rotina, fique atento a isso. A água pode inibir a vontade de comer. Não beber água, pelo menos, 30 minutos antes das refeições.

– O suco de limão sem açúcar pode ser também um grande aliado para quebrar a vontade de doces, salgadinhos, refrigerantes etc.

– Outra estratégia é não comer doces e salgadinhos direto do pacote, coloque em um pote uma quantidade determinada para que não haja exagero!

– Comer um alimento de desejo de vez em quando não é o problema, desde que isso não se torne rotina.

– Deixar frutas à disposição e ao alcance da criança é uma ótima dica para incentivar a alimentação saudável.

*Sobre a Dra. Lorena Lima Amato – A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.

https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/