pmadmin Publicado em 17/05/2011, às 00h00 - Atualizado às 14h37
Lembrança da “bivó” |
Quando Pietro tinha quase 2 anos e meio, minha avó ficou muito doente, e num intervalo de pouco mais de 1 semana faleceu. Ela morava sozinha, apenas com o cachorro, Spike, que meu filho adorava. Quando ela morreu, a casa ficou fechada, ninguém tinha mais vontade de ficar lá. O cachorro foi morar com meu pai, que também não veio mais. Como a minha avó não estava mais lá, as voltas do Pietro no quarteirão também não aconteceram mais e ele nunca mais viu sua “Bivó”.
Como eu fiquei muito triste, não tinha percebido as mudanças na nossa rotina. Estava curtindo minha dor sozinha e não percebi que ele tinha sido o mais afetado. Fui chamada na escola, pois meu filho estava apresentando um comportamento muito agressivo. A coordenadora pedagógica me perguntou o que houve, pois Pietro era muito calmo e participativo, e num passe de mágica ficou agressivo, falando palavras ofensivas (compatíveis com a idade dele: boba, feia, cocô, etc…) e esse comportamento não era normal. Insistiu várias vezes em saber o que tinha mudado na rotina dele e eu dizia “nada”. Ela insistia “você está trabalhando mais, o pai, mudou de empregada…” e eu insistia que nada havia mudado. De repente não pude me conter e me debulhei em lágrimas. Fazia 1 mês que minha avó tinha morrido e eu não percebi como meu filho sofreu… Me senti péssima, como não vi os sinais de sofrimento dele? Com apenas 2 anos e 6 meses, perdeu da noite para o dia a querida “Bivó”, a casa que ele adorava ir, o cachorro, a presença do avô e os passeios no quarteirão…Hoje em dia, quando ele lembra da Bivó ele pergunta “por que ela foi morar com Papai do Céu?”. Além de tudo, acha que todo mundo que tem cabelo branco vai morrer logo. Tenho que conversar mais com ele sobre isso…” (Por Ana Cristina)***Clique aqui e confira também o relato da Edjane, de Aracajú/SE, do Blog Conversinha de Mãe.
DICA DE LEITURAMenina NinaDuas razões para não chorar