2 de setembro de 2010
QUEM PERGUNTA: A telespectadora Esther.
“Olá meu nome é Esther, sou mãe solteira e tenho um filho de 17 anos. Esta semana ele me disse que quer morar sozinho. Fiquei assustada. Sei que isso iria acontecer um dia mas ele é muito novo ainda. Perguntei o motivo e ele disse que quer ter um espaço dele (sonho de todo adolescente). Não temos problemas de relacionamento, nos damos bem, fazemos coisas juntos e nos divertimos. Ele não manifestou esse desejo depois de brigas, apenas decidiu que quer morar sozinho porque temos condições financeiras e, segundo ele, é normal ele querer isso (eu tb acho). Perguntei se era muito chato morar comigo, ele disse que não, que me ama e sou uma boa mãe, mas ele quer morar sozinho, mas sempre estará comigo, na minha casa e tal. Será que ele indo morar sozinho por opção, não por conflito entre nós, vai fortalecer nossos laços? Os compromissos de quem mora sozinho (contas de água, luz, comida, e outras despesas) ele vai administrar com verba pré determinada que não poderá ser excedida. Isso será positivo para ele aprender a lidar com um orçamento? Ter meu apoio nesta decisão de vida é importante pra ele? Até que ponto posso interferir nessa nova empreitada dele? O que eu faço para ajudá-lo a encarar este aprendizado de forma construtiva? Por favor, me retorne o mais breve possível. Preciso de uma luz para guiar meus passos para que meu filho sinta que o amo muito, que sempre o apoiarei no que for bom para ele e que não posso (nem pretendo) prendê-lo embaixo da saia a vida toda mas quero que ele ouça meus conselhos para aprender a se virar. Obrigada.”QUEM RESPONDE: A terapeuta Dorli Kamkhagi, especialista que esteve presente no Papo de Mãe sobre Ninho Vazio.
“Olá Esther. Eu penso que a tua relação com o teu filho é fruto de um ninho, aliás muito bem construído e constituído, no qual ele pode expressar o desejo de um crescimento e de uma maior independência, o que não tem nada de errado. Significa que o teu filho tem entendido muito bem os teus ensinamentos de amor, respeito e liberdade. Crescer com a confiança no vínculo que os pais possam promover é o “caminho ideal”. Entendo também das tuas preocupações e de como esta fase nos torna mais sensíveis e vulneráveis. Talvez este seja também um espaço novo de aprendizagem no qual novos papéis possam ser aprendidos e redescobertos.Vocês podem crescer muito neste momento de mudanças e transformações. Abraços, Dorli K.”