Ser humano antes da deficiência e a importância da inclusão

Trabalhar trazendo experiências reais sobre diversidade e promover a inclusão são as chaves para um mundo melhor

Thaissa Alvarenga* Publicado em 09/04/2022, às 18h00

Thaissa e Chico - Foto: Arquivo pessoal

Criado em 2015, o Crianças Especiais (www.criancasespeciais.com.br) é uma comunidade de apoio a famílias de crianças e adolescentes com deficiência. Fundada por Márcia Freire e Letícia Lefevre, a comunidade é formada por 3,5 milhões de pessoas que interagem em diversas plataformas digitais, com o propósito de gerar inclusão social e promover a defesa dos direitos da criança e do adolescente com deficiência. A comunidade ativa sua causa através do compartilhamento de informações, capacitação e acolhimento no site e nas contas próprias do Facebook, Instagram e WhatsApp. Ao longo dos anos, a comunidade atraiu novos integrantes vindos de vários estados brasileiros e também do exterior, principalmente em Portugal (87 mil), México (39 mil) e Argentina (36 mil). 

O Crianças Especiais é também uma das 11 comunidades brasileiras escolhidas pelo Facebook para fazer parte de um programa global de aceleração, a Aceleradora de Comunidades, que só em 2021 recebeu 14 mil inscrições e selecionou 131 participantes. A jornada de aceleração inclui mentoria, peer learning, conexão com o ecossistema e suporte financeiro. Como resultado do programa, em 2022, o Crianças Especiais lançou o curso online “Tudo sobre os Direitos da Criança com Deficiência”, que conta com transcrição em libras e legenda, tudo pensado para que todos possam ter acesso. 

Em quase sete anos de trajetória, muitas vidas foram transformadas pelo apoio da comunidade nas temáticas de inclusão social e da defesa dos direitos da criança e do adolescente com deficiência. 

Histórias incríveis amplificadas pela comunidade são alvo da imprensa hoje, como a da Maju de Araújo, modelo com síndrome de Down que já desfilou na Brasil Eco Fashion Week, na Semana de Moda de Milão e hoje é uma modelo internacional; de Luísa Camargos, primeira pessoa com síndrome de Down a se graduar em Relações Públicas no Brasil; e das gêmeas bivitelinas Rafaela, jovem com deficiência, e Graziela, pessoa sem deficiência, que após a morte da mãe, Graziela conseguiu a guarda da irmã com síndrome de Down. 

Veja mais:

Como mãe de três e empreendedora social, apoio esse projeto. Acredito que o trabalho em rede nos faz experienciar a real inclusão e é um importante passo para o caminho de uma nova sociedade, onde todos vêem o ser humano antes da deficiência. 

Cada pessoa é única, logo, o indivíduo com alguma deficiência não deixa de ter suas próprias características, vontades, medos e felicidades, merecendo ter sua autonomia reconhecida e respeitada em todos os espaços. 

Sugestão: Assista ao Papo de Mãe sobre a Síndrome de Down.

Projetos como o Crianças Especiais fazem com que a sociedade se eduque e aprenda de fato com as diferenças. Trabalhar trazendo experiências reais sobre diversidade é a chave para um mundo melhor. 

*Thaissa Alvarenga é criadora da ONG Nosso Olhar, do portal de conteúdo Chico e suas Marias e do canal do youtube Inclua Mundo.

Acompanhe o Papo de Mãe nas redes sociais:

Instagram: @papodemaeoficial l Twitter: @papodemae l Facebook

Leia também

Dia Mundial da Síndrome de Down traz conscientização sobre a importância da inclusão na sociedade


Dia 03 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência


Inclusão. Será que estamos mais perto?


Mãe não consegue matricular filha com síndrome de Down em escolas particulares de Cuiabá


Primeira vereadora com síndrome de Down do Brasil: uma vitória para a inclusão