O Projeto Veridis buscou relatos de pessoas que já sofreram de depressão grave para estruturar a narrativa da imersão em realidade virtual.
Roberta Manreza Publicado em 08/09/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h32
Por Priscila dos Anjos Nonato, produtora audiovisual, publicitária e empreendedora multimídia.
O Projeto Veridis lança em Setembro deste ano uma imersão em realidade virtual com a proposta de gerar sensações empáticas no público e de alguma forma aproximá-lo do cotidiano de pessoas que sofrem de depressão grave, um mal que vêm aumentando significativamente no Brasil no período da pandemia do COVID-19.
A depressão é uma doença mental de elevada prevalência e é a mais associada ao suicídio, tende a ser crônica e recorrente, principalmente quando não é tratada.
No Brasil houve um aumento significativo dos casos de de depressão durante a pandemia; saíram de 4,2% para 8%.
O transtorno ocorre em pessoas de diferentes classes sociais e em diversos nichos, não escolhe idade, raça, cor ou condição financeira e não está perceptivelmente ligado à questões de classe, sendo a causa de cerca de 870.000 suicídios por ano em todo mundo. Essa taxa tende a aumentar em alguns anos, segundo especialistas.
É importante lembrar que o Brasil lidera o ranking no número de casos da América Latina e o segundo lugar nas Américas, com maior número de casos, cerca de 12 milhões de pessoas, o que corresponde a números em torno de 5,8% da população. (DADOS DA OMS 2018)
A depressão é uma doença invisível na sociedade. Muitos que recebem o diagnóstico sofrem preconceitos cotidianamente, são excluídos ou até mal vistos, devido ao estigma que a doença carrega, o que pode piorar a situação levando ao suicídio. Os sintomas da doença variam entre tristeza em casos mais brandos, até a vontade de tirar à vida em casos mais graves.
Pensando nisso o Projeto Veridis buscou relatos de pessoas que já sofreram de depressão grave para estruturar a narrativa da imersão em realidade virtual. Também tivemos o apoio de terapeutas, psicólogos, psiquiatras e neurocientistas para realizar o projeto. A ideia é que fique o mais realístico possível, para que as pessoas tenham acesso a informação à respeito do que se passa na mente de uma pessoa com o transtorno e justamente por isso entendam que não é um processo simples e fácil, e percebam o quão importante é ter mais cuidado e empatia para acolher esses indivíduos da melhor maneira possível, isso pode salvar vidas.
“Acreditamos que um fator fundamental para melhora do quadro seja a compaixão e a empatia. Muitas pessoas precisam de alguém que as escute e acolha, e geralmente esperam isso de pessoas próximas. Quando isso não ocorre acabam se sentindo perdidas, e entram em um ciclo vicioso de autoflagelação e isolamento. Claro que, o acompanhamento médico é primordial, mas a importantância do acolhimento no círculo social pode ajudar bastante a superar o transtorno.”
Apesar das campanhas e mídias à respeito do assunto, é perceptível que o tema ainda é considerado “tabu” por diversas pessoas. Quem sofre de depressão é visto como incapaz de exercer suas funções, fraco ou até mesmo desocupado, e isso não pode continuar, a sociedade têm que se preparar melhor para o acolhimento, e a informação nesse caso é essencial.
*Priscila dos Anjos Nonato é produtora audiovisual (roteiro e direção criativa), publicitária formada pela UFG e empreendedora multimídia.
Conectada com as últimas tendências em tecnologia, atua no ramo de broadcast e streaming gerenciando a Rádio Sens onde apresenta seu próprio podcast semanal, Pricas Vibes. Também coordenou as produções dos estúdios Facebook na América Latina.
Por dentro do universo da música, tecnologia e internet, também já integrou a equipe de expansão do app lark Player da multinacional Mobiuspace,
O projeto Veridis vêm sendo mais uma aposta da empreendedora no ramo da tecnologia, que busca com isso conectar, inspirar pessoas e empresas à ideias no que diz respeito ao aprimoramento mental humano e a busca de uma consciência mais justa e agregadora.