Mariana Kotscho Publicado em 23/12/2020, às 00h00
Pela primeira vez na história da humanidade, estamos passando por um momento totalitário. Em todas as partes do globo, confinados, amedrontados e inseguros. Por isso, convido a todas e todos a pensar sobre isso. Finalmente conseguiremos ser todos um, só que no plural? Será que podemos pensar num todo único, respeitando todas as diversidades?
Contém deliciosa receita no final!
Por Ariela Doctors
Uma reflexão do Otto Scharmer, pai da Teoria U, nos convida a parar para pensar porque que individualmente nós temos os mesmos desejos, os mesmos sonhos – como amor, saúde, alegria, segurança…independente de crenças e culturas, mas coletivamente, vamos na contra mão de tudo isso?
Até hoje o ser humano causa guerras! Que abismo será esse?
Em que momento o caminho foi desviado?
Otto, nos aponta o tripé da desconexão. Hoje conseguimos perceber claramente como o Homo Sapiens se desconectou de si próprio, do outro (falta empatia!) e da Terra, da natureza. Vivemos em cidades cada vez menos verdes, criamos movimentos de consumo muito além das nossas necessidades, destruímos nosso próprio meio e estamos esgotando seus recursos.
Então, torna-se cada vez mais evidente que os principais problemas do nosso tempo, como a geração de energia, a degradação do meio ambiente, as mudanças climáticas, a fome e a má nutrição, a obesidade e o sobrepeso, o desperdício de alimentos e a geração de lixo, a segurança alimentar, até mesmo os desequilíbrios emocionais e o excesso de medicalização, a segurança, a violência – eles não podem ser compreendidos isoladamente. Eles são problemas sistêmicos, todos estão de uma maneira ou de outra, interconectados e são interdependentes.
Estamos num momento da humanidade no planeta onde a gente pode seguir em frente sob a batuta dos paradigmas cartesiano, newtoniano, reducionista ou a gente pode pegar a “primeira saída” e construir um novo paradigma mais holístico e sistêmico.
Vou usar aqui uma ideia do Peter Senge, engenheiro, filósofo e autor do livro “Quinta Disciplina”, que nos ensina que modelos mentais são estruturas generativas que moldam nossos padrões de comportamento. Portanto, para haver uma mudança de comportamento é necessária uma mudança de estrutura. E essa mudança só é possível, segundo ele, se houver aprendizagem. Não com apenas a interiorização de informações, mas através de diferentes vivências. E a gente acredita nisso.
Foi assim que surgiu o Projeto Comida e Cultura, que tem um olhar sistêmico sobre o alimento. Nós damos aulas semanais de culinária para crianças do ensino infantil e fundamental, dentro do currículo de uma escola em São Paulo. Cozinhando, a gente aborda também os processos produtivos e de procedência, entendendo quem foi a pessoa que plantou e colheu aquilo que estamos comendo; a sazonalidade, a ancestralidade e cultura do alimento, até sua embalagem e rotulagem, seu descarte e o desperdício.
A gente acredita que esta abordagem transforma nossa relação com o alimento e com o consumo, abrindo espaço para refletirmos sobre nossas escolhas e dando maior autonomia e liberdade desde a infância para uma vida mais sustentável no Planeta.
Essa transformação pode começar dentro das nossas próprias casas, nos nossos pequenos universos! Cozinhe com sua filha, seu filho! Compartilhe com elas e eles momentos de aprendizado, de trocas, reflexões sobre nosso alimento, de lembranças com receitas de família!
Precisaremos passar por um momento de transição para continuarmos nossa aventura humana na Terra. Essa transição pode começar com nossas escolhas alimentares diárias. Transforme!
Para te inspirar, trago aqui uma conversa que tive com Mônica Passarinho*, uma pessoa amante da vida e inspirada por fenômenos da natureza, bióloga e permacultora, que muito me ensinou.
E, como sempre, é claro, uma deliciosa receita para vocês fazerem e degustarem em família!
Para assistir a entrevista na íntegra ou ouvir o podcast com a entrevista, acesse nosso canal no Youtube e inscreva-se para receber as notificações! Bem-vindas e bem-vindos!
Entrevista de Ariela com Mônica:
E aqui vai uma receita deliciosa com alimentos frescos (comida de verdade!) para fazer um lanche divertido com e para a criançada!
A guacamole é uma receita originária do México! Diz-se que foi servida a primeira vez no Brasil por volta do ano de 1684.
Ingredientes
● Abacate maduro – 1 unidade (ele é ótimo para fortalecer o nosso sistema imunológico e ainda possui a “gordura boa” que o nosso corpo precisa!);
● Cebola – metade (ela nos ajuda a curar gripes e resfriados);
● Tomates frescos – 2 unidades (se puder, compre orgânico, ele está na lista
das plantações que mais utilizam agrotóxicos no Brasil…);
● sal e coentro à gosto;
● Suco de limão – 1 a 2 colheres de sopa (ele melhora nossa digestão e
fortalece nossa imunidade!). Como preparar
delicadamente;
Dica: Deixe o caroço sobre a guacamole até a hora de servir. Isso evita o escurecimento do abacate! Depois, pode colocar o caroço num copo d’água e, quando as raízes aparecerem…plante numa praça perto de sua casa!
Você poderá, daqui uns anos…colher no pé!
Acesse nossas receitas aqui.
*Mônica Passarinho:
Amante da vida e inspirada pelos fenômenos da Natureza, Mônica Passarinho é bióloga, permacultora, facilitadora de processos em grupos baseado em uma visão integral do ser humano e na gestão participativa, educadora para sustentabilidade com especialização em Educação Gaia – Design para Sustentabilidade. Foi responsável pelo Toca Experiências/Fazenda da Toca, onde atuou no universo da regeneração, tendo a oportunidade de mediar reflexões entre grandes nomes como Fritjof Capra, Marsha Hanzi, Peo (Maria Amélia), Miguel Altieri, Bela Gil, Rita Mendonça. Além disso, é uma das responsáveis pela criação da Abordagem Educativa da Escola da Toca – Instituto Toca, onde fomentou a Alfabetização Ecológica. Iniciou seus trabalhos em 2005 no Ipoema – Instituto de Permacultura, em Brasília. Colaborou para a construção e desenvolvimento do currículo, planejamento e execução da disciplina Green Studies da Green School, em Bali, na Indonésia, que culminou no desenvolvimento do conceito de Educação para Transição. Entre seus estudos e formação está a Certificação Meta Integral, Sociocracia e a Formação de Consultores e Líderes Facilitadores com base Antroposófica pela Adigo.
Fontes:
https://www.ottoscharmer.com
https://www.presencing.org/transforming-capitalism-lab/stories/an-apple-shows-just -how-broken-our-food-system-is
http://www.pedagogiadavida.com.br/peter-senge