A pediatra Dra. Maria Raquel explica as principais características do transtorno do autismo e alerta para a importância do diagnóstico precoce
Redação Papo de Mãe Publicado em 13/04/2022, às 06h00
Desde 2008, o mês de abril foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o período do ano dedicado a conscientização, divulgação de informações e maior conhecimento sobre o autismo. Segundo a pediatra Dra. Maria Raquel Moreira Garutti Yazbek, o alto números de diagnósticos da condição em crianças reforça a necessidade em discutir sobre o assunto.
Embora não haja pesquisas a nível nacional sobre a prevalência do autismo em crianças brasileiras, com base em dados levantados pelo CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, estima-se que hoje o Brasil seja um país com no mínimo 2 milhões de pessoas – até os 8 anos – dentro do espectro autista, já que o documento aponta que a cada 44 crianças, uma nasce com o transtorno.
“O TEA (Transtorno do Espectro Autista) ainda possui origens desconhecidas, mas estudos de diversos países vem tentando desvendar a complexidade dessa condição. As teorias apontam possíveis origens genéticas ou por fatores ambientais e biológicos, como parto prematuro ou outros problemas perinatais, que podem acelerar ou potencializar o surgimento do autismo”, explica a pediatra.
Como identificar uma criança autista:
Esse tipo de transtorno faz parte do grupo de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento e apesar de possuir uma variação de diagnóstico entre uma criança e outra, em questão de sintomas e complexidade, na maioria das vezes aparece até os 3 anos de idade e afeta todas as áreas do desenvolvimento. “Comprometendo principalmente a comunicação, verbal ou não verbal”, diz a Dra. Yazbek.
Por não possuir cura e também afetar os aspectos sociais da criança, que muitas vezes se isola e apresenta comportamentos atípicos, é imprescindível que ocorram visitas regulares a um pediatra desde o nascimento. Dessa forma, será possível um diagnóstico precoce dos sinais de TEA, que determinarão o tratamento para que haja melhor evolução, diminuição dos sintomas e melhor qualidade de vida.
Caso seja necessário, a criança ainda pode receber o acompanhamento de uma equipe multisciplinar formada por neurologista, fonoaudiólogo, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional, entre outros, a fim de auxiliar nos desafios de inclusão escolar e social.
“Lembrando que o abril azul também é uma ótima oportunidade para conversar com os filhos sobre igualdade e respeito com o próximo e sobre a importância de ensinar a conviver com crianças que possuam deficiências físicas ou intelectuais, afinal, crianças que convivem com a diversidade se tornam adultos mais harmoniosos e conciliatórios. Contribuindo para uma sociedade mais justa.”, orienta a Dra. Maria Raquel.
Quem é Maria Raquel Moreira Garutti Yazbek?
Maria Raquel Moreira Garutti Yazbek é médica pediatra formada pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), com especialização em Gastroentoterologia e Hepatologia Infantil pelo Hospital das Clínicas, na Faculdade de Medicina de São Paulo (USP). Também possui especialização em Pediatria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).
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