ONG Pequenos Passos faz importante trabalho para tratar o pé torto congênito de crianças de famílias de baixa renda
Redação Papo de Mãe Publicado em 23/11/2021, às 12h53
O pé torto congênito (PTC) é uma doença genética que afeta aproximadamente 0,5% da população. No Estado de São Paulo, de 550 mil bebês nascidos em 2020, 2.750 deles têm o PTC.
O Projeto Pequenos Passos, idealizado pelo médico ortopedista pediátrico David Nordon, e pela enfermeira Mirian Nordon, ajuda crianças de famílias carentes a terem acesso gratuito ao tratamento gratuito e completo do pé torto congênito, que vai desde o primeiro gesso até a última órtese (apoio ou dispositivo externo para auxílio ortopédico).
“A condição é mais comum em meninos e, em metade dos casos, é bilateral. A causa ainda é desconhecida, mas há grande influência genética e hereditariedade. Sabemos também que há um defeito na deposição de colágeno, a estrutura gelatinosa que faz a pele, tendões, músculos, ligamentos e ossos. A alteração afeta a parte de dentro e de trás da perna, desde o joelho até o pé, puxando-o para dentro. Com isso, a condição leva a um pé invertido e menor, além de uma perna mais curta e mais fina”, explica o Dr. David Nordon.
Após alguns anos de estudos e análises das necessidades de atendimento ortopédico para crianças, David Nordon e Mirian Nordon criaram o “Pequenos Passos”, que já começa a dar assistência ortopédica ao bebê assim que ele completa o primeiro mês de vida. “Nosso intuito, futuramente, é conseguir mais recursos e apoio para a iniciativa. Assim, teremos condições de ampliar o atendimento para todos os tipos de doenças ortopédicas pediátricas da criança no futuro”, comenta Mirian.
Outra doença ortopédicas pediátrica que atinge as crianças é, por exemplo, a displasia do quadril.
O médico David Nordon explica também que o ortopedista Ponseti revolucionou o tratamento do PTC com uma técnica simples, mas extremamente eficaz: a manipulação com trocas gessadas. “Pelo método, o pé invertido é trazido progressivamente à posição correta por manipulações e gessos corretivos, que vão da coxa ao pé, sendo as trocas semanais”. Segundo ele, ao final do tratamento, 95% dos pacientes passarão por uma tenotomia – corte do tendão de Aquiles para recuperar a capacidade de puxar o pé para cima. “Este método é excelente, tornando o PTC um pé flexível, indolor e totalmente funcional, com baixo índice de recidivas e baixíssima necessidade de intervenção cirúrgica maior do que a tenotomia”, finaliza David Nordon.
Existem alguns critérios para receber o atendimento. Para saber mais sobre o trabalho do Projeto Pequenos Passos clique aqui.
E para receber o tratamento, preencha o formulário aqui.
E clique aqui para acessar o site da ONG.
David Nordon é médico ortopedista pediátrico pelo HC FMUSP - Professor da disciplina de Saúde Pública da PUC-SP (Campus Sorocaba) e de ortopedia e medicina preventiva do Estratégia MED (curso preparatório On-line para provas de Residência Médica) e Pesquisador do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HCFMUSP). Apresenta semanalmente o quadro de saúde "O Doutor e Você", da Rádio Digital Music FM.
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