O nome da assistente virtual é Penha, em homenagem à Lei Maria da Penha, que completa 15 anos no dia 7. O serviço vai ajudar a identificar e a romper relacionamentos abusivos
Por Redação Papo de Mãe e AzMina* Publicado em 02/08/2021, às 11h26
A partir de hoje, as mulheres poderão contar com mais um apoio no combate à violência doméstica. Desenvolvida pelo Instituto AzMina em parceria com o Twitter, a assistente virtual Penha vai ajudar, de forma rápida e fácil, a identificar sinais de relações abusivas e a orientar sobre direitos e caminhos para interromper uma situação de violência de forma segura. Para receber um atendimento, basta enviar uma Mensagem Direta (DM) para o perfil @revistaazmina no Twitter.
Para desenvolver as interações do serviço automatizado, o Instituto AzMina analisou as centenas de atendimentos realizados nos últimos cinco anos. Entre os principais temas abordados por mulheres de diferentes grupos etários, em todas as regiões do Brasil, estão: dúvidas sobre se o que estão vivendo é ou não um relacionamento abusivo, quais são os tipos de violência contra a mulher previstos na lei brasileira, e onde buscar ajuda.
Batizada em homenagem à Lei Maria da Penha, que completa 15 anos no próximo dia 7 de agosto, a assistente Penha também vai apontar os serviços da rede de atendimento à mulher mais próximos. Entre eles, estão os locais públicos de denúncia (Delegacias da Mulher, Defensoria Pública e Ministério Público), assistência social, acolhimento (Casa da Mulher Brasileira e centros de referência da mulher) e saúde (unidades básicas de saúde e serviços de violência sexual e aborto legal).
De acordo com Marília Moreira, gerente de projetos do Instituto AzMina, organização sem fins lucrativos que luta pela igualdade de gênero, a parceria com o Twitter, uma plataforma que serve à conversa pública e reúne informações em tempo real, é estratégica e fundamental no contexto brasileiro. “As plataformas digitais são um espaço fundamental para a conscientização acerca da violência doméstica. Nos últimos anos, vimos crescer a confiança de mulheres no uso de aplicativos para o registro de denúncias de assédio e violências. Na conversa com a Penha, a mulher vai saber mais sobre relacionamento abusivo, aprender como ajudar outra mulher nessa situação e receber orientações importantes de serviços gratuitos próximos a ela”, explica Moreira.
Segundo dados publicados desde 2020, a violência doméstica no país ocupa a quinta posição no ranking mundial de feminicídios e foi agravada durante a pandemia. “No contexto da pandemia, em que notamos o agravamento dos indicadores da violência de gênero, o acesso a informações e serviços online é fundamental. A parceria surge neste sentido, e reforça o compromisso que temos com o caráter cívico e de promoção de direitos humanos do Twitter, comenta Fernando Gallo, gerente de Políticas Públicas do Twitter no Brasil. “Esta iniciativa é parte de uma série de esforços guiados por nossa missão de servir e ajudar a promover a conversa pública global e garantir que a plataforma seja um lugar saudável, seguro e democrático, incluindo esforços para garantir a segurança das mulheres na plataforma”, complementa.
Ao longo desta semana, o perfil do Instituto AzMina no Twitter (@revistaazmina) também trará informações sobre a violência contra a mulher. No dia 5 de agosto, às 19h, será possível acompanhar o debate Conecta Penha: #ChameAPenha com a participação de Amelinha Teles, uma das fundadoras do projeto Promotoras Legais Populares (PLPs); Luiza Helena Trajano (@luizatrajano), presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil; Regina Célia A. S. Barbosa, cofundadora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha; Marília Moreira (@malimoreiras), coordenadora do PenhaS; e Natália Neris (@NerisNati), coordenadora de Políticas Públicas do Twitter no Brasil. A moderação da conversa ao vivo ficará a cargo de Mariana Kotscho (@marianakotscho), jornalista à frente do Portal Papo de Mãe.
Além disso, o perfil engajará com o @TwitterBrasil para trazer visibilidade ao assunto #ChameAPenha e informações sobre o funcionamento da assistente virtual Penha.
Programe-se
Conecta Penha: #ChameAPenha Data: 5 de agosto, quinta-feira Horário: 19h
Local: perfil @revistaazmina no Twitter
A Penha é mais um lançamento da área de enfrentamento à violência contra a mulher do Instituto AzMina, que em março deste ano lançou uma nova versão do aplicativo PenhaS. O app reúne em um só lugar informação, acolhimento, fortalecimento de redes de apoio e pedido de ajuda para mulheres em situação de violência doméstica. Durante a pandemia (entre março de 2020 e fevereiro de 2021) o número de mulheres cadastradas no PenhaS cresceu 30%, sinalizando que o distanciamento social é um fator de risco e uma grande ameaça para mulheres em relacionamentos abusivos. Há dois anos no ar, o aplicativo tem se tornado referência entre iniciativas da sociedade civil no enfrentamento à violência doméstica, inclusive para órgãos públicos - a Casa da Mulher Brasileira de São Paulo e medidas protetivas expedidas por juízes do Fórum Criminal da Barra Funda, maior complexo judiciário criminal da América Latina, indicam o PenhaS.
Jornalismo, tecnologia e informação contra o machismo. AzMina é um instituto sem fins lucrativos que combate os diversos tipos de violência que atingem mulheres brasileiras. Produzimos uma revista digital, um app de enfrentamento à violência doméstica, uma ferramenta de monitoramento dos direitos das mulheres no Congresso Nacional e campanhas para combater a violência contra a mulher no Brasil.
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