Menos consumo para um mundo mais sustentável: ensinando seu filho a cuidar do planeta

O bom exemplo dos pais e mães é fundamental para os filhos e o consumo consciente ainda pode associar um menor impacto na natureza com economia

Rodrigo Moraes* Publicado em 03/09/2021, às 07h00

Graziela Sirtoli, da loja de aluguel de roupas infantis Tuga - Foto: divulgação
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Assim que Noah Akin nasceu, a professora de educação infantil Tatiane Santos se viu às voltas com uma realidade bastante conhecida para pais e mães quando da chegada do segundo bebê.

Acostumado à atenção exclusiva ao longo de mais de quatro anos, Lucas Florio, o primogênito, hoje com 5 anos, logo começou a dar sinais de ciúmes do irmãozinho recém chegado.

Educadora experiente, Tatiane no entanto não se apertou com a situação. E usou uma questão que afeta todo o planeta para, em casa, transformar em solução o que poderia ser um grande problema.

E foi assim, pela somatória de mestra e mãe carinhosa, que Lucas foi alçado ao posto de grande exemplo para o caçula nos cuidados com a sustentabilidade. Agora, ele é o responsável por mostrar para Noah como realizar a separação do lixo e cuidar da economia de água e energia elétrica.

Tatiane Santos e os filhos Noah e Lucas  Foto: Michelle Calixto

Tatiane conta que os cuidados com as questões ambientais, que passa aos filhos em casa, começaram, na verdade, na sala de aula, pela necessidade de dar um bom exemplo. “Se você não faz, você não pode ensinar. Então comecei com meus alunos, mas adotei também em casa, com meu marido e com meus filhos”, relembra.

“O educador é um espelho, para os alunos e para os filhos. Não posso dizer para que eles façam algo que eu não faço”, diz Tatiane, que, além de educadora, é colunista do Papo de Mãe.

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O Brasil vive neste momento a pior crise hídrica em quase um século. Há 91 anos os reservatórios de água não ficavam com um volume tão baixo. Entre muitos outros problemas, especialistas já apontam para o risco de que a escassez de água possa levar ao racionamento de energia e até mesmo a apagões no país.

Como se vê, as questões ambientais afetam a todos. E como aponta Tatiane, isso envolve empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro, criando conexões que passam pela questão energética, por exemplo, mas também apontam em outras direções.

Como exemplo, Tatiane, que é consultora antirracista e mantém no instagram o perfil @pretinhaeducadora, mostra uma loja que aluga roupas para bebês, e que conseguiu conectar a questão ambiental à representatividade.

“Ao visitar o instagram da Tuga, a primeira coisa que observei foi que os modelos que apresentavam as roupas eram pessoas diversas. Havia negros, brancos, japoneses, ou seja, pessoas diversas, como são as pessoas que eles atendem”, diz Tatiane.

Além disso, conta a professora, o sistema de aluguel resolveu um problema pelo qual toda mãe passa, que é fato dos bebês perderem roupas muito rapidamente. “Assim, eu não precisei comprar roupas novas. Usei durante um período e devolvi quando já não serviam mais”, lembra Tatiane.

Criadora da marca, a jornalista Graziela Sirtoli conta que a ideia de criar a loja surgiu quando ela passou a se interessar pelas questões de sustentabilidade. Em um primeiro momento, o propósito era produzir roupas para recém nascidos utilizando tecidos mais sustentáveis. Mas, pesquisando o tema, percebeu que poderia ir ainda além: criar uma maneira de aproveitar as roupas que já existiam.

“Por meio desse modelo, de aluguel de roupas, é possível que mães e pais vistam seus bebês de modo mais prático, econômico e sustentável, consumindo apenas as roupas que precisam no período que servem em seus filhos”, diz Daniel Perez, que responde pela comunicação da Tuga.

O aluguel das roupas acontece pelo período mínimo de um mês, através de uma assinatura, e as roupas são enviadas todas pelos correios. Segundo Daniel, mais de 70 famílias já utilizaram o serviço.

No livro de apresentação do livro Mundo Sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação, o jornalista André Trigueiro diz que o consumismo, “um dos assuntos raramente associados à crise ambiental”, abre a edição “não por outro motivo que pelo fato de os ‘meios de produção e consumo’ serem constantemente apontados como os maiores vilões ambientais da atualidade”.

Para que se tenha uma ideia do tamanho do impacto causado pelo consumo exacerbado, em 2021 o Dia de Sobrecarga da Terra, momento em que a humanidade excede a cota anual de recursos regeneráveis, chegou quase um mês mais cedo que no ano anterior.

No entanto, a boa notícia é que, segundo o Instituto Akatu por um consumo consciente, levantamento realizado através das buscas no google mostra uma tendência de alta nos comportamentos de consumo consciente durante a pandemia. O aluguel de roupas, como faz Tatiane Santos, pode ser um bom começo.

*Rodrigo Moraes é jornalista

**O Programa Nestlé por Crianças Mais Saudáveis é uma iniciativa global da Nestlé, que assumiu o compromisso de ajudar 50 milhões de crianças a serem mais saudáveis até 2030 no mundo todo. Desde 1999 foram beneficiadas mais de 3 milhões de crianças no Brasil. 

Com o lema “muda que elas mudam”, a partir de uma plataforma de conteúdo, o programa estimula famílias a adotarem hábitos mais saudáveis e ainda promove um prêmio nacional que ajuda a transformar a realidade de 10 escolas públicas por ano com reformas e mentorias pedagógicas. 

Conheça mais no site do programa

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