Prematuridade e o cuidado com o aleitamento materno

Especialista comenta sobre desafios e benefícios em amamentar um bebê prematuro. No Brasil, a taxa de prematuridade é de 11,5%

Redação Papo de Mãe Publicado em 01/06/2021, às 14h58

Bebês prematuros geralmente precisam de mais cuidados -

Segundo a medicina, um bebê que nasce antes de completar 37 semanas de gestação, por motivos de saúde ou fatores de risco, é considerado prematuro. Na última segunda-feira, 31, o Brasil se deparou com a triste notícia de que o filho do humorista Whindersson Nunes com a noiva Maria Lina, João Miguel, não resistiu ao nascer na 22º semana de gestação, o que é considerado um prematuro extremo.

O Brasil possuí uma taxa de prematuridade de 11,5%, de acordo com dados do inquérito nacional sobre partos e nascimentos, feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No entanto, esses bebês, assim como os demais, também passam pelo processo de amamentação e alimentação. Mas a prática, é certamente mais difícil.

A enfermeira obstetra e consultora de amamentação, Cinthia Calsinski, afirma que apesar de toda a dificuldade, o aleitamento materno é ainda mais importante para o pleno desenvolvimento e imunidade dos bebês. Com isso, ela faz um alerta: muitos pais e cuidadores acham que o bebê prematuro precisa (somente) ser alimentado por fórmula láctea por falta de "força" ou de reflexo de sucção para ser amamentado no peito, mas isso é um mito.

"Na realidade, quando se trata de prematuros, é comum a diminuição ou falta dos reflexos de sucção e deglutição, mas é perfeitamente possível seu desenvolvimento e, desta maneira, a manutenção da amamentação através do apoio à mãe, cuidados a ambos e orientações específicas", diz.

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Produção de leite

Ainda segundo a consultora, a mãe não deve se preocupar com a quantidade de produção de leite, já que quando se trata de bebê prematuro, é menor. Apesar disso, ela orienta que é preciso que haja um estímulo.
"Ela pode fazer isso por, aproximadamente, oito vezes ao dia, com uma bomba extratora ou mesmo com as mãos. É importante não ficar mais de seis horas sem ordenhar para não empedrar o leite", indica.
Uma das curiosidades que envolve a amamentação de prematuros é que o próprio organismo da mulher, ao ter um parto prematuro (estimulado ou não), pode gerar um leite chamado de "precoce", que de acordo com a consultora, possuí mais proteínas, gorduras e calorias, e, em contrapartida, tem menos lactose, o que facilita a digestão.
"O contato pele a pele também ajuda a fortalecer o vínculo, estimular a produção de leite e aguçar os sentidos do bebê, motivando-o a sugar", complementa.
Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra
*Cinthia Calsinski é enfermeira obstetra pelo Centro Universitário São Camilo e Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp. Ela também é Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI).
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A doação de leite materno pode salvar vidas de bebês prematuros que estão internados.

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