Suplementação é recomendada também para evitar intercorrências na gravidez
Dr. Roberto de Azevedo Antunes * Publicado em 05/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h35
A maior fonte de vitamina D natural é o sol, e o processo de absorção da mesma ocorre na pele, por meio dos raios UVA e UVB. O ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Dr. Roberto de Azevedo Antunes, Diretor-médico do Centro de Reprodução Humana Fertipraxis, afirma que mesmo em países com alta incidência de exposição solar, como é o caso do Brasil, uma parcela cada vez maior da população encontra-se com níveis insuficientes de vitamina D. Esse crescente déficit na população pode levar ao descontrole e ao surgimento de uma série de doenças e interferir diretamente na fertilidade dos casais.
A vitamina Dtem uma ação sobre a regulação as células da imunidade inata, como as células apresentadoras de antígenos, células NK, alguns tipos de linfócitos T e B e sobre os monócitos. Traduzindo, ela promove um estado imunológico mais tolerante no organismo. Estima-se que a sua suplementação possa produzir um efeito benéfico em diversas patologias relacionadas a autoimunidade, como na psoríase, diabetes tipo1, lúpus e alguns estudos apontam seu efeito até contra a Covid-19.
No que tange os processos reprodutivos, ainda não se sabe ao certo como avitamina D influencia esses processos. Ex
Atribuir a deficiência de vitamina D como uma das possíveis causas de abortamentos também é algo muito discutido na literatura. Se por um lado, pacientes com baixos níveis de vitamina D apresentaram, em algumas pesquisas um aumento das taxas de abortamento e de falhas de implantação, por outro, a reposição de vitamina D não pareceu corrigir o problema. Assim sendo, no momento ainda não é possível afirmar que os baixos níveis dessa vitamina são a causa dos abortamentos.
Baixos níveis de vitamina D também parecem estar relacionados a diminuições da concentração de espermatozoides no sêmen, bem como da motilidade dos mesmos. Além disso, algumas publicações sugerem que homens inférteis, possuem menores concentrações de vitamina D do que aqueles que possuem filhos.
Existem outras evidências que sugerem que diminuições das concentrações de vitamina D estão relacionadas com o surgimento de intercorrências ao longo da gravidez como a diabetes gestacional, a pré-eclâmpsia e a ocorrência de partos prematuros. Ainda são alvo de debate e discussão, tendo em vista que estudos posteriores falharam em mostrar melhora desses desfechos com a reposição da vitamina.
Segundo o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG), em conjunto com o Instituto de medicina (IOM) a recomendação é de 600UI por dia para pacientes saudáveis que estejam
Contudo, esse é um tema em constante evolução, dado o elevado número de pesquisadores trabalhando nele. Assim, novidades sobre eles podem surgir a qualquer momento.
*Dr. Roberto de Azevedo Antunes é médico ginecologista e obstetra com especialização em reprodução assistida e endoscopia ginecológica. Mestre em ciências da saúde, com ênfase em fisiologia endócrina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é Diretor Médico do Centro de Reprodução Humana FERTIPRAXIS, Diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro e Diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.
Instagram: @fertipraxis e @dr_roberto_antunes
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