É a principal causa de óbito em crianças abaixo 1 ano nos Estados Unidos. Este termo designa mortes de bebês cuja causa é desconhecida, não consegue ser explicada mesmo após revisão do antecedente clínico da criança, circunstâncias da morte e autópsia.
Roberta Manreza Publicado em 04/03/2018, às 00h00 - Atualizado em 05/03/2018, às 08h54
Por Jacqueline Klarosk Santim Padovesi*, pediatra
Síndrome da Morte Súbita Infantil
O que é a Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI)?
É a principal causa de óbito em crianças abaixo de 1 ano nos Estados Unidos. Este termo designa mortes de bebês cuja causa é desconhecida, não consegue ser explicada mesmo após revisão do antecedente clínico da criança, circunstâncias da morte e autópsia. Não se sabe o porquê, mas afeta principalmente meninos, prematuros, os que nasceram com peso abaixo de 2,5kg e a faixa etária de 2 e 5 meses de vida. Fatores maternos, como tabagismo, falta de pré-natal e idade inferior a 20 anos também são fatores de risco para a morte súbita. Infelizmente não há exames que identifiquem um maior risco de determinada criança.
Existem suspeitas de que a SMSI possa estar relacionada ao controle da respiração localizado no tronco cerebral. Como há maior variação de frequência cardíaca e respiratória durante o sono, talvez o sistema autonômico mais imaturo das crianças de risco citadas acima seja um motivo para a morte súbita ocorrer nesse momento.
Como prevenir a SMSI?
Existem algumas recomendações para os pais:
Dormir sempre de barriga para cima; o risco de se engasgar é menor porque se o bebê vomitar durante a noite, virará a cabeça para o lado.
Colocar o bebê alguns momentos durante o dia, acordado, de barriga para baixo estimula o tônus muscular cervical e de tronco e é fundamental para evitar a plagiocefalia (“cabeça torta” por estar sempre na mesma posição); quando o bebê estiver nesta posição, porém, sempre deverá haver supervisão de um adulto.
A recomendação da Academia Americana de Peditria é de que a criança durma no quarto dos pais até 1 ano de idade, porém nunca na mesma cama.
O sono do bebê então deve ser no próprio berço, de colchão firme e reto, sem travesseiros, bichinhos de pelúcia, enfeites e protetores, que aumentam o risco de asfixia e acumulam ácaro. Prenda a roupa de cama debaixo no colchão. Arrume o cobertor abaixo das axilas do bebê para que ele não se asfixie ao tentar “escorregar” na cama durante o sono.
Evite mudanças bruscas de temperatura, como o uso de aquecedores no quarto do bebê.
Não agasalhe demais o bebê; seguindo uma regra prática, coloque no bebê uma “camada” de roupa a mais do que vocês está usando.
Evitar o tabagismo durante a gestação e após o nascimento do bebê; se algum familiar ou amigo fumar, orientar para ser longe do bebê.
Realizar o pré-natal regularmente. Não beber ou se auto-medicar durante a gestação.
Mantenha o calendário vacinal em dia.
Não utilize monitores cardio-respiratórios; não há estudos que atestem produtos que reduzam o risco de morte súbita.
O que fazer diante de uma situação de “quase morte” (criança cianótica/”roxa”, hipotônica/”molinha”, que não responde)?
Se os pais ou babá não souberem realizar manobras de Suporte Básico Vida (BLS), ligar imediatamente ao SAMU ou Corpo de Bombeiros da cidade para receber instruções. Se estes sinais de ”quase morte” passaram e a criança aparenta estar bem no momento, leve-a imediatamente ao pronto-socorro infantil para avaliação do pediatra.