23 de julho de 2014
Por Suzana Dias – Revista CrescerSeu filho pratica esportes e faz exercícios apenas nas aulas de educação física? Pois então, saiba que expandir o treinamento para além da escola pode fazer mais por ele do que talvez você suponha. Deixar o videogame, o
tablet ou a TV por algumas horas para se exercitar traz ganhos incalculáveis. Não apenas o corpo lucra com o risco menor de
obesidade e diabetes e o fortalecimento de ossos, músculos e órgãos. Já se sabe que crianças mais ativas recebem, também, uma dose extra de proteção contra distúrbios da mente, como depressão e
ansiedade.
De bônus, o exercício ainda desenvolve habilidades como motricidade, coordenação motora e equilíbrio (em todos os sentidos). Vencer o sedentarismo infantil pode ser uma missão árdua no início, mas, se esse combate for bem conduzido, o prêmio será uma criança forte, alegre, disposta e com maiores chances de se tornar um adulto saudável.
Benefícios com diversãoCrianças precisam gostar dos exercícios que praticam. Quando a atividade é enfadonha, o risco de desanimar é muito grande. Portanto, quanto mais lúdico e animador for o exercício, melhor. Conheça outros benefícios para o seu filho levantar do sofá:
CORAÇÃO
De acordo com o educador físico e nutricionista Felipe Monnerat, do Rio de Janeiro, a prática regular de alguma atividade física provoca adaptações do corpo favoráveis à circulação sanguínea e faz com que o músculo cardíaco se fortaleça, tornando-se mais eficiente. “Para trabalhar a parte cardiovascular, o ideal é fazer alguma atividade aeróbica. Com crianças, o melhor são os jogos conhecidos como piques, que envolvem corrida e trabalham a motricidade, a agilidade e o equilíbrio”, sugere o educador. A atividade física é, ainda, uma maneira comprovada de fazer subir as taxas do HDL, o bom
colesterol. Portanto, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares.
PULMÃO
Exercícios aquáticos são interessantes para todas as crianças, mas ainda mais para aquelas que sofrem com problemas respiratórios. “A natação pode ser indicada para quem tem
asma, por exemplo, porque aumenta a capacidade pulmonar e fortalece o diafragma, músculo envolvido na respiração”, diz Monnerat. A modalidade é uma das primeiras opções para os menorzinhos: até bebês podem fazer aulas que visam ambientar a criança na piscina. Entretanto, não deixe de pedir a autorização do pediatra primeiro, pois o esporte é contraindicado em caso de algumas patologias.
OSSOS
Praticar atividade física na infância é extremamente vantajoso para os ossos. Os exercícios auxiliam na fixação do cálcio e favorecem o desenvolvimento das células ósseas nessa fase de crescimento. “As meninas, principalmente, são beneficiadas porque se reduz o risco de ter osteoporose na menopausa. Uma boa ideia é praticar exercícios em ambiente externo e ensolarado para auxiliar a fixação da
vitamina D nos ossos, porém, sempre no início da manhã ou final da tarde para evitar a radiação solar nociva”, afirma Roberto Ranzini, ortopedista e médico do esporte, de São Paulo. Entretanto, estão vetados para crianças movimentos de grande intensidade ou alto impacto, que podem prejudicar o desenvolvimento ósseo.
MÚSCULOS
Ganho de força e melhores músculos são benefícios ofertados pela atividade física regular. Esses ganhos são essenciais para que as articulações funcionem bem e a criança tenha uma boa postura. A musculação em aparelhos, especificamente, não está proibida para crianças, embora não seja tão comum. Para não lesionar a musculatura do seu filho, entretanto, procure uma academia especializada, com programas de treinamento infantil, e fique de olho se o orientador promove um bom aquecimento antes da atividade. Segundo Ranzini, porém, o levantamento de peso é proibido na infância. Se o seu filho se interessar por musculação, o ideal é consultar um especialista antes, que pode ser o próprio pediatra ou um médico do esporte.
IMUNIDADE
Maior resistência a infecções é outra utilidade da atividade física. Em longo prazo, como todo o organismo torna-se mais
saudável, a melhora do sistema imunológico é uma consequência natural. “Pessoas com mais saúde e vigor se recuperam mais rapidamente”, explica Felipe Monnerat. O médico Roberto Ranzini, entretanto, faz uma advertência: “Com a finalidade de aumentar a imunidade, os exercícios não podem ser muito intensos e deve haver, pelo menos, um dia de descanso na semana”. Atenção: atividade física não cura doença em andamento. Em plena crise, como durante um resfriado, os exercícios devem ser suspensos e dar lugar ao repouso.
METABOLISMO
O controle do peso e, consequentemente, a diminuição do risco de desenvolver diabetes tipo II são, de longe, os grandes benefícios proporcionados pela atividade física às crianças. A obesidade infantil é a responsável, muitas vezes, por mobilizar os pais em busca de alguma prática esportiva para o filho. A conta é simples: se a criança passa o dia dentro de casa, obviamente vai acumular mais calorias do que gastar. Para perder ou manter o peso, é preciso haver um gasto energético maior ou igual ao valor ingerido. Considerando que, atualmente, as crianças acabam abusando de
alimentos pobres em nutrientes e muito engordativos, além de corrigir o cardápio, o jeito é colocá-las para malhar o corpo. Antes de decidir a modalidade esportiva, vale fazer uma avaliação com o pediatra ou consultar um especialista. “Um ortopedista infantil pode orientar a melhor forma de atividade física para compensar pequenas deficiências, como ligamentos frouxos, por exemplo”, diz Ranzini.
MENTE
No campo emocional, mexer o corpo faz um bem enorme para as crianças. “Diminui a ansiedade, melhora a atenção na escola, o sono e controla a agressividade”, afirma Ranzini. A depressão infantil também é um mal que pode ser minimizado com a ajuda da prática esportiva, devido à produção de endorfinas pelo cérebro—substâncias que promovem bem-estar. Disciplina, raciocínio e sociabilidade completam o time dos proveitos obtidos nos exercícios.
Escolhendo o que praticarÉ importante saber que, para favorecer a saúde da criança, a modalidade escolhida não interfere muito no resultado. Tanto faz se a opção for por futebol, basquete, jiu jitsu, natação ou outro qualquer. Ou até por vários deles. Essencial é ter afinidade com o esporte, praticá-lo com regularidade e levando a sério. “Uma alternativa interessante é matricular a criança numa escola de esportes. Além disso, evitar atividades competitivas até 11 ou 12 anos para não haver frustrações”, diz Ranzini.Segundo a Organização Mundial de Saúde, a frequência deve ser de, no mínimo, 1 hora de exercícios aeróbicos por dia, incluindo as brincadeiras. Você deve considerar, também, qual característica da personalidade precisa ser trabalhada. Um exemplo: crianças com dificuldades em ter disciplina podem se beneficiar das lutas, como o judô, que reforçam esse ponto. Já os tímidos conseguem desenvolver a sociabilidade nas atividades em grupo.Fonte:
http://revistacrescer.globo.com/Por-Uma-Infancia-Mais-Saudavel/noticia/2014/05/7-beneficios-que-pratica-de-exercicios-trazem-para-corpo-e-mente-das-criancas.html