Empatia: A palavrinha mágica da vez!Empatia é definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro.
Roberta Manreza Publicado em 24/05/2019, às 00h00 - Atualizado às 12h11
Por Dra.Gabriela Lourençon Ioshimoto*, Neurocientista e criadora do projeto “Ciências Fora da Casinha”
Empatia: A palavrinha mágica da vez!
Empatia é definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro. A teoria é bem simples, mas, a prática…Hum, aí as coisas complicam!
A maior bloqueadora de empatia é a nossa incapacidade de deixar a bagagem de percepção individual de lado e nos colocarmos no lugar do outro com uma certa neutralidade. Desse modo, é mais fácil de identificar e entender a perspectiva do outro.
Essa dificuldade de aceitar que as percepções variam de indivíduo para indivíduo foi recentemente escancarada através da foto do tênis que viralizou nas redes sociais.
Uma simples foto de tênis só foi compartilhada milhares de vezes, pois, as pessoas que viam o tênis branco e cinza ficavam indignadas com as outras que viam rosa e branco. É bom deixar claro, que não existe certo ou errado, apenas percepções diferentes! Nesse caso do tênis, a diferença de percepção está relacionada com o fenômeno conhecido como constância de cor. É uma ferramenta utilizada pelo cérebro para subtrair diferentes iluminações e fazer com que cor de um mesmo objeto não varie ao longo do dia.
Mas, se uma simples foto de tênis deixou as pessoas confusas, imagina quando tentamos entender através da perspectiva do outro questões mais complexas como sentimentos, crenças, intenções, desejos ou pedidos?
Pois é! Comportamento baseado na empatia não é tão fácil! Mas, as Neurociências estão sempre nos dando dicas que valem ouro!
Essa empatia que nos consome esforço, energia e, muitas vezes, paciência pode ser trabalhada com as crianças desde pequenas!
Pesquisadores observaram que o hábito de ler histórias as quais são contadas a partir de vários pontos de vista estão relacionadas com o comportamento empático. Os autores concluem que os benefícios são obtidos graças ao nosso engajamento na construção do personagem, que desestabiliza nossas expectativas, provocando a reflexão. Esse tipo de leitura também nos força a visualizar a história de diferentes perspectivas, que é fundamental para a empatia.
Esse tipo de exercício pode ser feito com crianças e adolescentes de diversas idades e, o mais legal, sem gastar dinheiro! Utilizando apenas a interação do grupo e a imaginação, podemos brincar de contar uma mesma história com diversos finais.
*Dra. Gabriela Lourençon Yoshimoto é Neurocientista, criadora do projeto “Ciências Fora da Casinha” e ressignificou a vida após o nascimento da Alice e da Bianca.