Papo de Mãe

Cientista brasileiro usa células de dente de leite para fazer neurônio autista se comportar como normal

Roberta Manreza Publicado em 05/11/2014, às 00h00 - Atualizado em 07/11/2014, às 15h54

Imagem Cientista brasileiro usa células de dente de leite para fazer neurônio autista se comportar como normal
5 de novembro de 2014


Alysson Muotri, um dos autores do estudo e professor na Universidade da Califórnia, fala também sobre o futuro do transtorno do espectro autista

Por Maria Clara Vieira – Revista Crescer

O biólogo molecular brasileiro Alysson Muotri acaba de finalizar uma pesquisa com resultados promissores sobre o espectro autista. No estudo, que utilizou células extraídas de dente de leite de crianças, Muotri descobriu como fazer o neurônio de um autista clássico se comportar de forma normal.

 “Nossa equipe recebeu o dente de leite de uma criança sem autismo e outro de uma criança brasileira com autismo clássico. Então, retiramos as células da popa dos dentes e fizemos elas se diferenciarem em neurônios corticais”, explica o cientista. O córtex é uma região do cérebro importante para o processamento de linguagem e sociabilidade. Por meio de comparação, o pesquisador percebeu que o neurônio da criança com autismo tem alterações morfométricas e funcionais em comparação ao da criança sem autismo.

cientista

O cientista Alysson Muotri (Foto: divulgação)

Após observar o sequenciamento genético do paciente autista e conhecer as mutações, os pesquisadores descobriram que uma das maneiras de reverter o quadro é com o uso de uma substância chamada hiperforina, encontrada na erva de São João. Essa droga pode ter efeito em pessoas com mutação em um gene específico, o TRPC6. “Na teoria, esses pacientes poderiam se beneficiar tomando o chá da erva de São João. Começamos a fazer esse teste com uma criança autista brasileira com mutação no gene TRPC6, mas o trabalho não está concluído. O que temos é um indicativo de resposta positiva”, diz Muotri.

Quando questionado se existe uma cura para o autismo, o cientista não tem dúvida: “Acredito que sim. Há algum tempo, meus colegas não gostavam de usar o termo ‘cura’, mas isso já não é mais tão tabu assim”. Até o final de 2015, o grupo do pesquisador irá concluir o teste de 55 mil drogas para reverter o autismo.

http://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2014/10/cientista-brasileiro-usa-celulas-de-dente-de-leite-para-fazer-neuronio-autista-se-comportar-como-normal.html

DICA: Neste sábado, 11 horas, na TV Brasil, reveja o Papo de Mãe sobreSíndrome de Asperger, uma forma branda de autismo. Assista também ao programa sobre Autismo.




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