Papo de Mãe

Crianças com conjuntivite podem frequentar a escola?

Mais conhecida como conjuntivite, a inflamação da conjuntiva é comum nesta época do ano pela soma de diversos fatores advindos da estação mais quente do ano. No verão, a exposição à aglomerações, umidade, calor e piscina tornam mais propícia a contaminação infecciosa da conjuntivite.

Roberta Manreza Publicado em 21/03/2018, às 00h00 - Atualizado às 20h52

Imagem Crianças com conjuntivite podem frequentar a escola?
21 de março de 2018


Por Ana Carolina Garcia, oftalmologista

Oftalmologista explica e alerta sobre cuidados

Mais conhecida como conjuntivite, a inflamação da conjuntiva é comum nesta época do ano por causa do calor. A exposição à aglomerações, umidade, calor e piscina tornam mais propícia a contaminação infecciosa da conjuntivite. Estar exposto a ar condicionado e fazer uso de filtro solar também podem ser considerados fatores de risco quando consideramos a conjuntivite alérgica.

A oftalmologista especialista em retina e vítreo do CBV Hospital de Olhos, Ana Carolina Garcia, alerta que as crianças diagnosticadas com conjuntivite infecciosa devem se afastar do ambiente escolar por sete dias. Ela afirma que os pequenos tem mais facilidade em adquirir a conjuntivite, principalmente a infecciosa. Segundo a médica, as crianças estão mais expostas, por lavarem menos as mãos e coçarem os olhos com maior frequência.

De acordo com a especialista os principais sintomas da conjuntivite são olhos vermelhos, lacrimejamento, sensação de areia e ardor nos olhos, inchaço nas pálpebras e sensibilidade extrema à claridade. “Diante da suspeita de conjuntivite os pais devem levar a criança para avaliação com oftalmologista o quanto antes”, ressalta. O período dos primeiros sete dias do início dos sintomas é considerado de alto contágio.

A transmissão da doença pode se dar por contato direto e indireto. A conjuntivite viral, a mais comum, geralmente é transmitida por contato direto, ou seja, quando a mão contaminada entra em contato com os olhos. Em ambientes com muitas pessoas como praias, clubes e piscinas, as pessoas podem estar contaminadas e acabar transmitindo para outras.

Cuidados
Conforme Ana Carolina se a conjuntivite for confirmada, é preciso evitar aglomerações, piscinas e entre outros. Ela destaca que os pais devem tentar manter as mãos da criança sempre limpas utilizando-se de álcool em gel, água e sabão.

A médica faz mais recomendações: “Deve-se separar lençóis, fronhas, toalhas de rosto e trocar após sete dias. Deve-se guardar os brinquedos que são mais difíceis de lavar e após sete dias dos sintomas lavar todos que a criança manuseou.

“O oftalmologista é o médico capacitado a fazer o diagnóstico e instituir o tratamento correto. Até a consulta é importante manter higiene dos olhos com água filtrada ou soro fisiológico”, alerta.

Causas e tipos
A conjuntivite pode ser classificada em infecciosa, alérgica ou tóxica/química. Ana Carolina explica que a infecciosa é causada geralmente por vírus ou bactérias e pode ser contagiosa. A alérgica não pode ser transmitida, mas pode ter períodos de melhora ou piora, sendo importante a descoberta de seu agente (frequentemente pó, mofo, produtos químicos, medicamentos, e entre outros).

Já a conjuntivite tóxica, é causada por contato direto com algum agente irritante, como produtos de limpeza, fumaça de cigarro, poluição do ar, sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro de piscina e tintura para cabelo.

Tratamento
A especialista afirma que o tratamento das conjuntivites é direcionado para a sua causa. “Nas conjuntivites alérgicas opta-se por compressas geladas, uso de colírios antialérgicos. Nas tóxicas recomenda-se evitar o agente causador como cremes e filtro solar, realizar higiene com soro fisiológico. Já nas conjuntivites bacterianas utilizam-se colírios antibióticos e higiene com soro fisiológico ou água filtrada”, explica.

A médica ressalta que é importante a avaliação do oftalmologista para que seja prescrito o antibiótico mais seguro pra crianças. “As conjuntivites virais são autolimitadas e não há medicação especifica. Recomenda-se o uso sintomático com colírios, lubrificantes e vitamina C oral”, finaliza.




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