Roberta Manreza Publicado em 06/04/2015, às 00h00 - Atualizado às 11h49
Quando um bebê do sexo masculino nasce, na maioria dos casos ele apresenta o prepúcio, dobra da pele que protege o pênis, aderido à extremidade do órgão, a glande. Com seis meses de idade, 20% das crianças já apresentam o prepúcio retrátil, aos três anos, cerca de 50% já o retraem facilmente e aos 17 anos, em 99%. Mesmo nas crianças maiores e adolescentes, a fimose dita fisiológica pode ocorrer sem problemas como obstrução, dor ou hematúria.
A fimose ocorre quando a abertura distal do prepúcio está tão contraída formando um anel fibroso que não se pode retrair sua superfície sobre a glande, ou seja, a glande não consegue exteriorizar-se. Basicamente, são duas causas: a congênita e a adquirida. Os sintomas incluem dor ao urinar, sangramento e, ocasionalmente, retenção urinária, enurese (micção involuntária) e infecções como bálanopostites (inflamação da mucosa que reveste a glande). As condições para se adquirir fimose incluem repetidos episódios de dermatites, postites, que é uma infecção ou inflamação do prepúcio, balanites, trauma local e persistência de excesso de prepúcio pós circuncisão.
Além disso, a fimose adquirida está associada à retração prepucial forçada ou repetida no sentido de se expor a glande. Esta forma de retração, não é recomendada, pois acarreta várias fissuras longitudinais na abertura prepucial distal, levando a uma cicatrização circular com a formação de um anel fibrótico, ocasionando a fimose. Casos severos de fimose podem causar doenças do trato urinário, como infecções urinárias e bálanopostites de repetição.
Um dos tratamentos cirúrgicos da fimose é a postectomia ou a posteoplastia. Ambas as intervenções são realizadas de forma simples e apresentam poucas chances de complicações. A cirurgia é indicada apenas em casos específicos, sem dúvida a intervenção cirúrgica não é necessária para todas as crianças com aderências bálano-prepuciais ou com prepúcio não retrátil.
Em pacientes adultos a cirurgia pode ser realizada com anestesia local através do bloqueio peniano e, em crianças, o procedimento é melhor realizado sob anestesia geral. A cirurgia deve ser feita normalmente, antes da adolescência, porque a fimose pode interferir na qualidade da atividade sexual e, excepcionalmente, pode comprometer a fertilidade, dificultando a saída de sêmen. Se a família optar pela circuncisão por motivos culturais ou religiosos, esta deve ser realizada preferencialmente no período neonatal.
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