8 de setembro de 2017
Por Dra. Marisa Patriarca, ginecologista e obstetra, Êmese e hiperemese gravídica: como amenizar os efeitos indesejáveis dos enjoos A duquesa Katle Midleton está grávida do terceiro filho. A monarquia está em festa com a chegada de mais um bebê real. Quem não estaria feliz com a chegada de mais um filho? Tudo muito lindo não fossem os enjoos e os vômitos constantes da Duquesa. No começo da gravidez os enjoos e vômitos são muito comuns e podem acometer até com 90% das gestantes. É a chamada êmese gravídica, que acontece entre a 5º e a 6º semana de gravidez com pico na nona. Mas o que a duquesa tem é uma manifestação mais severa do quadro, chamada de hiperemese, que acomete até 2% das gestantes e que merece muita atenção e cuidados especiais.
Dra. Marisa Patriarca, ginecologista e obstetra e professora da pós-graduação da Unifesp explica o que acontece com Kate Midleton que, sofreu do mesmo problema nas gravidezes anteriores e chegou a ser internada. “O vômito incontrolável pode e, leva muitas vezes, a desidratação e perda de peso e nesses casos, a internação é imperiosa. Em casos mais raros e prolongados é possível acontecer lesão do fígado e até neurológica. Admite-se que tanto a êmese quanto a hiperemese gravídica decorra das alterações hormonais próprias da gravidez, principalmente do HCG placentário, que determinam maior lentidão do esvaziamento gástrico. Há também situações em que a hiperemese pode ser psicogênica, ou seja, de fundo emocional e nesses casos, a psicoterapia deve ser considerada.
Dra. Marisa alerta que é preciso ficar atenta e ter acompanhamento médico durante todo o período com atenção especial do obstetra.
Mas a boa notícia, nesse turbilhão de hormônios e amor que, entre 50 a 90% das mulheres passam pela a êmese gravídica mais tranquilamente, com náuseas em geral, no período da manhã. A gestante deve preferir os alimentos mais secos, pobres em gordura e ricos em carboidratos. Aconselha-se que coma uma bolacha de água e sal ainda na cama, antes de se levantar e escovar os dentes.
Fracionar a alimentação também é uma boa medida. Tanto o estômago muito cheio quanto muito vazio podem desencadear náuseas. A grávida tem que dar preferência, sobretudo, a alimentos lhe apetecem.
*Dra. Marisa Patriarca é ginecologista e obstetra. Professora de ginecologia do curso de pós-graduação da Unifesp. Tem mestrado e doutorado pela Unifesp. É médica assistente doutora e coordenadora do Setor Multidisciplinar de Pesquisa em Patologia da pele feminina do Departamento de Ginecologia da Unifesp. Chefe do Setor de Climatério do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo ( IAMSPE).