A infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues destaca a importância da imunização contínua
Redação Papo de Mãe Publicado em 03/06/2022, às 06h00
Com o aumento no número de casos da varíola de macaco pelo mundo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou um pedido de reforço da população diante de medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras de proteção, distanciamento físico e higienização frequente das mãos. O surgimento da doença, porém, também levanta questões de segurança e prevenção em relação às outras doenças antes erradicadas ou controladas no país.
A infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues comenta que a desinformação e falta de conhecimento sobre calendários vacinais para adolescentes, gestantes, adultos, idosos e imunodeprimidos também preocupam. “Outro problema é a noção que as pessoas geralmente têm de que ao controlar uma epidemia por meio da imunização não é mais preciso se proteger. Para manter as doenças afastadas é preciso que todos os meios de proteção ocorram de forma contínua”
Segundo dados do DataSUS, o Brasil não atingiu nenhuma das metas de cobertura das vacinas infantis disponíveis pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) em 2020 e 2021, mantendo um índice de imunização abaixo de 75% (o ideal são taxas sempre acima de 90%). “Um fator preocupante, pois também abre espaço para que doenças já erradicadas retornem ao país”, alerta Dra. Ana.
Embora no caso da varíola de macaco diversas investigações epidemiológicas estejam em andamento para tentar explicar o motivo do surgimento dos surtos atuais, outras doenças como o sarampo – que havia sido erradicado, mas voltou a registrar casos no Brasil – podem voltar a apresentar desafios à população. “Na prática, quando uma pessoa não vacinada entrar em contato com alguém que carregue a doença, tem a possibilidade de iniciar um novo ciclo endêmico.”
Diante desse cenário, a Dra. Ana Raquel ressalta a importância de campanhas de prevenção e vacinação, especialmente entre os mais jovens, que geralmente não conhecem ou entendem o impacto que certas doenças podem causar na saúde e na população em geral.
“Lembrando que a vacinação é apenas uma parte da prevenção. O ideal é também manter os cuidados diários, uma alimentação saudável, atividades físicas regulares e visitas periódicas ao médico, para que ao aparecimento de quaisquer sinais de doença, o problema seja identificado e tratado o mais rápido possível”, orienta a infectologista.
Quem é Dra. Ana Rachel de Seni Rodrigues?
A Dra. Ana Rachel de Seni Rodrigues é médica infectologista, mestre em microbiologia e especialista em controle de infecção relacionada à saúde. Atualmente, atua como diretora técnica de saúde I do Hospital Nestor Goulart Reis, onde também trabalha como médica assistente na Enfermaria de tratamento de Tuberculose Multirresistente, atua também no Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Saúde (SCIRAS) da Maternidade Gota de Leite e Hospital São Francisco de Araraquara e no Ambulatório de Infectologia Geral da Vigilância Epidemiológica de Américo Brasiliense.
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